Chamada carinhosamente de “brejo”, a Praia do Flamengo permaneceu balneável em 89% das coletas realizadas no mês de julho deste ano, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). No mesmo mês em 2022, a média foi de 19% e em 2019 foi de 0%. O padrão nacional de segurança estipulado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 80% ou mais. A seguir neste ritmo, frequentadores e detratores vão ter que pensar num novo apelido para a faixa de mar e areia.
+ Inverno das baleias: laboratório da Uerj registra filhotes nascido no Rio
Uma praia considerada balneável deve respeitar o limite de 1000 NMP/100 ml (contagem de micro-organismos pelo Número Mais Provável), exigido pelo Conama. Em 2018, a média dos meses de maio e junho registrou a concentração de 2.700, enquanto em 2023, essa quantidade caiu para 215, muito abaixo do exigido pelo conselho. Fatores ambientais, como chuva, vento e temperatura podem influenciar nos resultados, mas o vice-governador e secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), Thiago Pampolha, afirma que intervenções do estado e o trabalho da concessionária Águas do Rio impactaram positivamente na qualidade da água.
“Podemos apontar que o desvio do Rio Carioca, que escoava diretamente para a Praia do Flamengo e que agora foi direcionado para o interceptor oceânico, influenciou nos resultados de balneabilidade. Só essa intervenção fez com que fosse evitado o despejo de 20 milhões de litros de água contaminada diretamente na praia”, explicou o secretário.
“Além disso, temos atuado constantemente com ações de fiscalização para combater o despejo irregular de esgoto por parte de edifícios e comércios, com apoio do Inea e da Patrulha Ambiental do município”, destacou Sinval Andrade, superintendente da Águas do Rio na capital, citando ainda outra melhoria: a instalação da elevatória de esgoto na Praça do Índio.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Já em junho, técnicos observaram uma redução de 97% da concentração de coliformes termotolerantes da praia nos últimos anos, sendo reflexo da ação direta da diminuição de despejo de esgoto nas galerias pluviais. Em julho, esta redução se manteve no mesmo patamar, com 96% de redução. Ainda assim, o Inea aconselha que se deve evitar o banho de mar, principalmente, nas primeiras horas após a ocorrência de chuvas e próximo à saída de galeria de águas pluviais ou canais de drenagem, além de se manter informado quanto a balneabilidade pelo site no órgão.