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Após chancela de Leonardo DiCaprio, samba do Salgueiro levanta a Sapucaí

O samba que levantou a Avenida é inspirado na obra do xamã e escritor Davi Kopenawa

Por Luiza Maia
12 fev 2024, 03h34
Carro alegórico do Salgueiro 2024
Salgueiro: enredo potente chamando a atenção para a causa Yanomami (Alex Ferro/Riotur)
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“Ya temí xoa, aê-êa” é como começa o samba-enredo do Salgueiro, que fez o gigantesco público na Marquês de Sapucaí cantar em uma língua indígena. A expressão se trata de um grito de resistência dos Yanomami: “Ainda estou vivo!”, diz em português. Batizado de “Hutukara”, que significa  “a parte do céu do qual nasceu a Terra”, o enredo desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira homenageia a história e cultura do povo indígena, pedindo a defesa de seus direitos.

E ganhou repercussão internacional: ninguém menos que o astro de Hollywood Leonardo DiCaprio divulgou nas redes sociais um vídeo sobre o enredo da escola. A agremiação formou parceria com a organização fundada por DiCaprio, a Re:wild, que se manifesta em prol dos povos originários da Amazônia e da preservação da floresta.

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O samba que levantou a Avenida é inspirado na obra de Davi Kopenawa e traz outras palavras de origem Yanomami. São termos retirados do livro A Queda do Céu, escrito pelo xamã em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert. A letra cita “Omama”, que simboliza o Deus da criação para o povo indígena, além de “Yoasi”, irmão de Omama e ser responsavel pela morte e a escuridão.

Há também referências a “Yãkoana”, substância extraída da parte interna da casca da árvore yakoana hi de efeito alucinógeno, usada nos rituais xamânicos; e os “Xapiris”, espíritos de luz e defensores da terra-floresta, que só podem ser contatados por Xamãs ao utilizarem a substância. Já os “Napê” são os povos não-indígenas e invasores de terra.

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