Destaque na Avenida, arte carnavalesca brilha em outra passarela
Livro Pra Tudo Se Acabar na Quarta-Feira, organizado por Miguel Pinto Guimarães e Luisa Duarte, traduz em texto e imagens os ícones da Sapucaí e seus autores

Uma mostra do melhor da história da arte carnavalesca desfila nas páginas de Pra Tudo Se Acabar na Quarta-Feira (Capivara, 386 páginas, 190 reais), organizado por Miguel Pinto Guimarães e Luisa Duarte, que acaba de ser lançado. Ao colocar em destaque as obras de quinze dos grandes criadores do que já se viu na Sapucaí, sob a ótica de uma turma de apaixonados pela Avenida, que inclui jornalistas e historiadores, o livro busca traduzir em texto e imagens os ícones de uma manifestação de criatividade que não há como pendurar nas paredes dos museus, ainda que atravessem movimentos artísticos como o neoconcretismo e o tropicalismo.
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“Não existe registro imagético capaz de transmitir o que acontece em 70 minutos de desfile no Sambódromo”, conforma-se Miguel, lembrando que mesmo objetos como a releitura da bandeira do Brasil, de Leandro Vieira na Mangueira, que ganhou espaço no MAM, precisam dos tambores e da multidão para fazer completo sentido. Ele destacou cinco imagens icônicas da festa que ilustram o livro:
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> A bandeira do Brasil em verde, branco e rosa, com a frase “Índios, negros e pobres” no centro, que coroou o desfile História pra Ninar Gente Grande, assinado por Leandro Vieira, tornando
a Mangueira bicampeã em 2019.

> A frase “Pela Demarcação das Terras Indígenas”, destacada em diferentes tripés, fechando o exuberante desfile Como Era Verde Meu Xingu, de Fernando Pinto, na Mocidade, sexto lugar em 1983, início da redemocratização do país.

No papel do orixá Exu, o ator Demerson D’Alvaro foi um dos trunfos de Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu, de Gabriel Haddad e Leonardo Bora, enredo contra a intolerância religiosa que foi tema de mostra no MAR, depois de levar a Grande Rio ao seu primeiro título na Sapucaí, em 2022.

O Cristo que ficou conhecido como “proibido” ou “mendigo”, de Joãosinho Trinta (e de Laíla, segundo Aydano André Motta, no livro), no antológico Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia, da Beija-Flor, vice em 1989.

A comissão de frente da Imperatriz com as teclas do piano de Chiquinha Gonzaga, coreografada por Fábio de Mello, no enredo “Eu sou da lira, não posso negar”, em homenagem à musicista, que foi concebido por Rosa Magalhães, sexto lugar em 1997.