Está nas livrarias uma nova e atualizada edição do livro Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro, tema que rendeu alguns filmes, nos anos 1970, a Roberto Moura, o autor que também é cineasta. A obra, lançada originalmente em 1983, já havia sido reeditada, acompanhando a história e as evoluções sociais da região conhecida como Pequena África, hoje um polo de atrações culturais ao redor do Largo de São Francisco da Prainha.
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A partir da Bahia, o autor investiga a diáspora de escravos e libertos em direção à capital fluminense no século 19. Da Bahia veio Tia Ciata, ou Hilária Batista de Almeida, mãe de santo, filha de Oxum, espécie de mãe do samba e embaixadora da cultura afro no Rio de Janeiro pós-abolição.
Passando por personagens como Donga, João da Baiana e Sinhô, Roberto discute a gênese do samba, retratando o indivíduo escravizado em busca de meios de convívio e organização religiosa num contexto de segregação e opressão.
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“A questão da Pequena África hoje é marcada por uma série de conquistas a partir do Quilombo da Pedra do Sal, da organização de uma malha de entidades religiosas e festeiras como memorialistas, a que se junta uma multiplicidade de bares musicais em torno do Largo. Uma Pequena África que está sendo absolutamente omitida nos projetos intitulados pela Prefeitura de Porto Maravilha. A Pequena África antecede e poderia muito se beneficiar de novos projetos de revitalização da Zona Portuária do Rio, desde que a considerassem e dela se beneficiassem como uma Nova Orleans do crucial, emblemático, samba carioca“, disse o autor, em entrevista ao Correio Braziliense, justificando a atualização da obra.