O número a seguir é assustador. Anualmente, são descartados cerca de 100 mil toneladas de equipamentos eletroeletrônicos no Brasil. Dados como este da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que somos o país emergente que mais produz lixo eletrônico por habitante – algo em torno de 3 Kg. Onde jogar tudo isso fora? Se forem parar em locais inadequados, como aterros sanitários comuns, os resíduos sólidos podem contaminar o solo e a água dos lençóis freáticos, trazendo danos ao meio ambiente e à saúde.
Por conter metais pesados em seus componentes, como mercúrio, chumbo, cádmio, lítio e arsênio, o lixo eletrônico mal alocado é capaz de causar doenças como o câncer (veja aqui os riscos que os elementos químicos oferecem à saúde). Mas a boa notícia é que estes detritos altamente tóxicos podem ser reciclados ou reutilizados em equipamentos novos. “Hoje já se tem tecnologia para o reaproveitamento. O vidro da tela do monitor de um computador, por exemplo, sofre um processo de raspagem através do qual seus elementos químicos são retirados. Assim, pode ser usado novamente”, revela Ilan Goldman, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro-RJ). Portanto, basta dar o destino certo ao seu “e-lixo”.
Quem quer jogar fora corretamente o lixo eletrônico ainda precisa ter um pouco de boa vontade e paciência. Mas a expectativa é de que com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) isso se torne cada vez mais simples – e mandatório. Por enquanto, os produtos mais fáceis de descartar são pilhas, baterias e celulares. Em relação às pilhas e baterias, basta acessar a lista de cestas de coleta especial da Comlurb (clique aqui), aquelas de cor verde, e encontrar a mais próxima. Atualmente, o Rio tem cerca de 560 delas. No entanto, a empresa de limpeza urbana não se responsabiliza pela reciclagem do material, apenas o encaminha para um aterro sanitário controlado.
Em relação aos computadores, notebooks e periféricos, fabricantes como Dell, Positivo e HP têm programas de reciclagem de seus produtos. Mas organizações como a ONG PC Vida também estão aí para atender quem quiser encaminhar o e-lixo para a reciclagem. “Nosso objetivo é fornecer as condições ideais para pessoas e empresas darem a destinação correta aos resíduos dos equipamentos eletroeletrônicos. Recebemos e tratamos todo o material coletado através de uma triagem. Os equipamentos que ainda têm vida útil são encaminhados para a construção de laboratórios em comunidades carentes. Já os inutilizados são segmentados de acordo com o material(plástico, metal, vidro etc) e encaminhados para a reciclagem”, explica Abner Feital, diretor da ONG e responsável pela capacitação e criação de cooperativas de reciclagem. “Hoje, já temos 20 cadastradas”, orgulha-se Feital, que recolhe, através da ONG, de 20 a 25 toneladas de sucata por mês no Rio de Janeiro.
A PC Vida oferece serviço gratuito de coleta domiciliar. É só entrar em contato através da seção Fale Conosco no site da organização e se informar sobre a data da próxima coleta no seu bairro. O diretor da ONG dá, ainda, outra dica: “Para reduzir o lixo eletrônico, compre com consciência. Procure saber se as empresas se responsabilizam ou têm processo definido para a coleta dos resíduos. Opte por organizações comprometidas com a reciclagem”.
Veja aqui 10 lugares para descartar seu e-lixo