Com uma longa e sólida carreira no meio jurídico, o desembargador Luiz Gouvea sempre foi muito atuante, tendo organizado diversos cursos sobre direito empresarial, lecionado na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e participado da fundação do Instituto dos Magistrados do Brasil. Já aposentado do cargo público, prometeu a si mesmo que permaneceria ativo, e, hoje, aos 77 anos, continua tocando, ao lado dos filhos advogados, dois escritórios na cidade, além de um canal de vídeo na internet que tem o objetivo de informar, de forma didática, os cidadãos sobre seus direitos. No último ano, no entanto, a vontade de fazer o bem o levou a um universo totalmente desconhecido. Desde outubro de 2015, ele comanda o site Shop4Help, uma plataforma que reúne grandes lojas on-line e permite que parte das compras seja revertida em doações para projetos sociais. “Percebi que esse mercado cresce geometricamente e resolvi usar tal potencial para ajudar quem precisa”, conta Gouvea, que investiu o próprio dinheiro para tirar a ideia do papel.
“Resolvi usar o potencial das vendas on-line para ajudar quem precisa”
Com uma equipe de catorze pessoas, o site funciona como um comparador de preços e possibilita que o consumidor, ao fazer compras pela internet, doe parte do valor para um dos parceiros sociais cadastrados sem desembolsar nada a mais por isso. “A cada compra realizada, a loja que efetuou a venda nos paga uma comissão. Metade do valor é repassada para a instituição escolhida pelo comprador”, explica. Estão cadastradas para receber as doações iniciativas como a Anistia Internacional, a Casa Ronald McDonald e o Retiro dos Artistas, entre outras. Todas as entidades passam por uma rigorosa avaliação antes de ser aceitas. “Fazemos um acompanhamento contínuo para ter certeza de que são todas confiáveis”, afirma Gouvea, que visitou vários projetos para conhecê-los melhor. Atualmente com uma base de 800 clientes cadastrados, o site já doou cerca de 5 000 reais às instituições. Por enquanto, Gouvea banca todos os custos, mas a ideia é que, em pouco tempo, a plataforma possa se manter sozinha. “Encaro esse investimento como uma doação minha, mas estou otimista e acredito que logo vamos crescer e poder ajudar ainda mais”, acredita o idealizador, que espera atingir a marca de 50 000 clientes nos próximos três anos.
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