Um macaco-prego morreu dentro do Jardim Botânico do Rio, no último sábado (15), após sofrer uma descarga elétrica de uma fiação da Light. O animal foi atendido por profissionais que atuam no local e depois foi levado ao Instituto Vida Livre, onde passou horas recebendo cuidados e medicação, mas não resistiu.
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Em vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver que o jovem macaco teve queimaduras e sangramentos por todo o corpo, do rosto às patinhas. “A hemorragia era intensa e o quadro neurológico bastante complicado, com vários episódios de convulsão”, relatou o Instituto Vida Livre no Instagram.
Segundo o projeto, o macaco foi o segundo a sofrer um choque na rede elétrica dentro do Jardim Botânico somente esta semana. Foi registrada uma queixa na 15ª DP (Gávea) contra a empresa Light por maus-tratos a animais. “Já foram contactados a Ouvidoria, Sustentabilidade e a Superintendência de Relações Institucionais da Light e absolutamente nada foi feito por parte da empresa”, afirma o instituto.
Em 2022, setenta animais morreram em acidentes no Rio envolvendo a fiação e outros ficaram com sequelas. Apresentado na Câmara, um projeto de lei do deputado federal Marcelo Queiroz (PP-RJ) propõe que as concessionárias criem uma política de prevenção de acidentes elétricos, além de serem responsabilizadas pelo custeio do resgate e do tratamento dos animais feridos.
A Light informou, em nota, que acredita “na importância de zelar pela preservação do meio ambiente e prevenir o risco de eletrocussão de animais silvestres.” A empresa cita que realiza planos cíclicos de poda de árvores – são podadas mais de 60 000 na cidade do Rio anualmente -, o que afastaria os animais.
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“Também são implementados, estrategicamente, protetores e mantas para minimizar o contato direto com pontos energizados da rede. Em pontos mais sensíveis, onde há maior incidência de animais silvestres, os condutores de média tensão possuem revestimento, ou seja, estão protegidos quanto ao contato direto com o condutor energizado e os circuitos são inspecionados anualmente a fim de levantar fragilidades e possíveis defeitos”, diz a nota.