Marcadas para este sábado (29), as manifestações contra o governo Bolsonaro devem levar milhões de pessoas às ruas em todo o país num momento crítico da pandemia do coronavírus no Brasil. Os protestos vão acontecer dias depois de o presidente ter participado de um ato em seu apoio com motociclistas, o que gerou críticas de seus oponentes por ter promovido aglomeração. Não seria uma contradição fazer o mesmo?
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O vereador Tarcísio Motta (PSOL) admite que a questão é delicada. “A esquerda ficou meio dividida em relação a isso, mas chegamos à conclusão que ir às ruas neste momento é uma necessidade”, disse ele a VEJA RIO. Tarcísio não vê incoerência em defender o isolamento ao mesmo tempo em que promove aglomeração.
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“O que a gente prega é ficar em casa, mas decidimos fazer essa concessão porque chegamos à conclusão que as manifestações virtuais chegaram a um limite. Não dá mais nos indignarmos só desta maneira”, afirma o vereador, que promete uma multidão consciente nos protestos. “Não tem como manter o distanciamento, mas vamos estar todos de máscara.”
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O indicativo do fim da ‘trégua’ da oposição na pandemia foi dada pelo líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, em entrevista a VEJA na edição desta semana. “Não houve mobilizações da esquerda nos últimos meses pela gravidade da situação sanitária. Mas agora está se construindo um clima para o retorno às ruas”, afirmou.
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A diferença entre esta manifestação e a recente “motociata” pró-Bolsonaro estaria na postura de seus participantes. “Nós vamos conscientes, buscando diminuir os riscos, ao contrário do que vimos no outro dia”, afirma Tarcísio Motta. Ele diz ainda que pessoas com comorbidades e do grupo de risco vêm sendo desencorajadas a participar do protesto.
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Os manifestantes vão reivindicar o impeachment de Bolsonaro, mais rapidez na vacinação contra a Covid-19 e retorno do auxílio emergencial de 600 reais, além de manifestarem apoio à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia, em andamento no Senado.
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