Oficialmente, Marcelo Calero assumiu a Secretaria Municipal de Cultura do Rio em fevereiro deste ano. Mas o seu trabalho no setor começou no fim de 2013, quando o diplomata, até então na área de relações internacionais da prefeitura, foi designado para a presidência do Comitê Rio 450. Sua missão seria desenvolver um projeto de celebração do aniversário de quatro séculos e meio da cidade, incluindo aí uma agenda comemorativa. Deu certo. Cerca de 600 eventos foram incorporados ao calendário festivo, entre eles exposições, peças de teatro, sessões de cinema, festivais literários, apresentações musicais e espetáculos de dança. Mais do que envolver a compilação de programas, porém, a atuação de Calero no comitê parte de um entendimento mais amplo do que seja cultura. “Desde o início, buscamos o engajamento do carioca. O objetivo é reverenciar a cultura não só como arte, mas como a identidade de um povo”, afirma esse tijucano apaixonado por teatro, samba e bossa nova.
O feito mais visível do comitê é provavelmente a logomarca na forma de um rosto estilizado, composto dos números 4, 5 e 0, imagem abraçada pelo carioca. Mas o grande legado das comemorações é a Biblioteca Rio 450, uma coleção de vinte livros sobre o Rio, em cuja publicação foram investidos 2,5 milhões de reais. Às realizações do comitê somam-se iniciativas que Calero, aos 33 anos, tem capitaneado desde sua posse, a começar pelo edital de fomento à cultura de 88 milhões de reais, o montante mais alto do país. Entre os diversos projetos em andamento, o secretário destaca o Ações Locais, que destinou 4 milhões de reais a atividades culturais de menor porte, mas de grande valor simbólico para os bairros, como saraus e rodas de samba. Além disso, em breve, o carioca terá de volta duas instituições locais: o Teatro Serrador, no Centro, e o Museu da Cidade, na Gávea. “Nossa meta é manter e reforçar o status do Rio de capital cultural do país”, diz. A lista de feitos acumulados nos últimos meses é uma prova disso.