Neste capítulo da folclórica rivalidade com São Paulo, até que nos saímos bem. Na segunda (2), no primeiro dia útil dos novos mandatos, o empossado de lá, o empresário João Doria, decidiu vestir-se de gari e varrer, por cerca de dez segundos, uma praça já devidamente faxinada por profissionais. Aqui, o novo prefeito visitou o HemoRio e doou sangue. Um segundo nobre gesto de marketing ocupou a agenda de Marcelo Crivella na terça (3): ele e a primeira-dama, Sylvia Jane, em campanha de reflorestamento do governo municipal, plantaram uma muda de pau-brasil em dia de bastante calor no Maciço da Pedra Branca. Entre um recado louvável e outro, começava a rodar a máquina da gestão carioca recém-eleita.
Uma lista inicial de quase oitenta medidas mira setores variados e dá a desejada sensação de que há vontade de mudar as coisas. Esmiuçadas nos primeiros discursos e entrevistas, as providências dirigem-se principalmente para as áreas de saúde, educação e transportes. Também ficou clara a firme intenção de cortar gastos. O número de secretarias caiu para doze, e os cargos comissionados foram reduzidos à metade — exceto nas pastas de Saúde e de Educação, Esportes e Lazer. Vice-prefeito e secretário de Transportes, o engenheiro Fernando Mac Dowell se disse determinado a evitar o aumento das passagens de ônibus, previsto para o começo do ano, e disposto a viabilizar a inclusão do metrô no sistema do Bilhete Único Carioca. Mudanças na estrutura da administração, a exemplo dos cortes, do enxugamento e da criação de dezesseis superintendências de supervisão regional, provocaram, no primeiro momento, alguns entraves burocráticos. Para que essa disposição na partida leve aos resultados positivos aguardados pela população, toda ajuda será bem-vinda. Não por acaso, Marcelo Crivella mencionou Deus sete vezes em seu discurso de posse.