Caso Marcius Melhem, o novo capítulo: MPT entra com ação contra TV Globo
Emissora vai responder na Justiça por suposta omissão em relação às denúncias de assédio sexual que envolvem o ex-diretor do departamento de humor
O Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma ação civil pública contra a TV Globo por causa das denúncias de assédio sexual que envolveram o ex-diretor do departamento de humor da emissora Marcius Melhem. Segundo a colunista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de São Paulo, a empresa terá que responder por suposta omissão em relação aos fatos narrados pelas vítimas. No ato de instauração do inquérito, o MPT cita o fato de as treze atrizes que denunciaram Melhem se mostrarem “desanimadas com a postura da empresa [Globo], que ainda se mostra de certa forma conivente ao demorar em tomar providências contra esse tipo de assédio moral e sexual”.
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As artistas, entre atrizes e roteiristas do núcleo de humor da Globo, participaram da denúncia coletiva que deu origem a uma investigação no Ministério Público do Trabalho. Depois de colher depoimentos, o inquérito foi encerrado e deu origem à ação agora apresentada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. O caso corre em segredo de Justiça.
A TV Globo afirma desconhecer a ação. E disse ao jornal que não comenta processos que estejam sub júdice. O MPT também não quis se manifestar. Em nota enviada à VEJA RIO, Marcius Melhem diz que em nenhum momento teve acesso aos autos, pois o pedido lhe foi negado por duas vezes, com a justificativa de que ele não era investigado e sim a Globo. Ainda segundo a nota, o ex-diretor alega que também não foi chamado a testemunhar ou mostrar provas. “Claramente continua a estratégia de vazamentos seletivos para influenciar negativamente sua imagem. Mas Melhem aguarda ansiosamente pelo momento de mostrar publicamente suas provas. A verdade chegará no seu tempo”, finaliza o documento.
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A primeira denúncia contra Melhem foi feita pela atriz Dani Calabresa, em 2019. Mas foi mantida em segredo e veio a público, sem muito alarde, como um caso de assédio moral. No ano seguinte, a advogada Mayra Cotta, representando 12 pessoas, afirmou à mesma colunista que Melhem tinha agido de forma violenta contra as atrizes. E relatou a série de denúncias que existiam contra ele, a maior parte delas de assédio sexual.