Aos 53 anos, Marcos Palmeira poderia estar deitado no berço esplêndido da fama, sem maiores preocupações. Afinal, além de ser ator de sucesso, faz parte de uma linhagem de artistas respeitados. Seu pai, Zelito Viana, e sua irmã, Betse de Paula, são cineastas; ele é primo da diretora Cininha de Paula e do ator Bruno Mazzeo, e sobrinho do humorista Chico Anysio, morto em 2012. Mas, diferentemente de muitos colegas, prefere dedicar parte de seu tempo a trabalhar pelo bem comum. A prova disso é a ONG Uma Gota no Oceano, que Palmeira ajudou a fundar há cerca de sete anos e onde atua hoje como conselheiro. “Fazemos um trabalho social, em busca do mundo ideal e na formação de um novo cidadão, por meio da conscientização sobre temas relevantes em torno das questões ambientais”, explica o Cícero de Velho Chico.
“Tenho muita esperança de que tudo vai melhorar. O Brasil tem um potencial enorme, tanto social quanto ambiental”
Em busca de objetivos ambiciosos, os vinte participantes da instituição — entre atores, professores e executivos — estão sempre em estado de alerta. Qualquer situação que possa pôr o meio ambiente em risco é motivo para que eles se encontrem e tracem um plano de ação. Foi uma dessas potenciais ameaças que deu início à ONG, no caso a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. “Fizemos contato com os órgãos ambientais, campanha, e ficou provado que o alerta que demos estava certo”, diz. Recentemente, a Justiça anulou o acordo firmado sem licitação entre a Eletrobras e as empreiteiras envolvidas na obra por causa dos altos custos dos estudos de viabilização.
Palmeira admite que o trabalho ambiental é complexo, mas ressalta a seriedade dos propósitos. “Não somos panfletários. Partimos de dados seguros, e não do ‘ouvir dizer’ ”, diz o ator. “Não há sede, marketing nem empresa por trás. Quando há alguma questão relevante, nós nos reunimos”, conta. O grupo também apoia causas de outras entidades, como a campanha Água Limpa É a Onda, das associações de surfe do Rio, em prol da limpeza das praias. “Tenho muita esperança de que tudo vai melhorar. O Brasil tem um potencial enorme, tanto social quanto ambiental”, afirma.