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Mauricio de Sousa criou um projeto com aulas de hip-hop no Alto da Boa Vista

Mentor do Rubão Dance, o professor oferece aulas gratuitas aos sábados a crianças, adolescentes e adultos na favela Mata Machado

Por Carolina Barbosa
Atualizado em 5 dez 2016, 12h12 - Publicado em 16 Maio 2015, 01h00
Mauricio Rubão
Mauricio Rubão (Felipe Fittipaldi/)
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Egresso de escola de dança na Tijuca, que frequentou como bolsista, o carioca Mauricio Guimarães de Sousa formou-se bailarino há dezoito anos. Desde então, Rubão, como é conhecido, fez do bailado a sua profissão, especializando-se no hip-hop e agregando a ele ritmos como reggaeton, charme, funk soul e stiletto (aquela coreografia sobre salto alto, adotada por cantoras como Beyoncé). Após adquirir experiência em academias cariocas, sobretudo na região da Barra, resolveu, em agosto de 2011, levar seu conhecimento no ramo para um projeto social, batizado de Rubão Dance, atualmente instalado em um espaço cedido pela associação de moradores da favela Mata Machado, no Alto da Boa Vista. “Eu via os jovens desocupados e sem opção de lazer. Muitos queriam aprender e não tinham como pagar. Decidi, então, ensiná-los”, diz Rubão, de 33 anos, dono de uma academia de dança na Barra. “Minha trajetória pode servir de inspiração para essa turma. Quero mostrar que mesmo quem mora em uma comunidade carente é capaz de alcançar seus objetivos.” 

“Não trabalhamos só a dança, mas também disciplina, profissionalismo e respeito ao próximo”

Aos sábados, ele faz a alegria de cinquenta crianças (até o momento, apenas meninas, já que “os garotos têm vergonha”, segundo ele) com aulas gratuitas, embaladas por músicas de intérpretes conhecidos, como as funkeiras Anitta e Ludmilla. Para adolescentes e adultos, o curso é ministrado por um ex-aluno formado por Rubão. Ao todo, o projeto atende 65 pessoas — e já há fila de espera. Para seguir no projeto, a garotada precisa comprovar notas boas no colégio (quem está abaixo da média leva um mês e meio de suspensão) e comportamento exemplar em casa. “Não trabalhamos só a dança, mas também disciplina, profissionalismo e respeito ao próximo, a fim de formar, sobretudo, cidadãos do bem”, afirma Rubão, que sonha expandir a iniciativa para outras favelas do Rio. Além disso, ele está em busca de parcerias com empresas que possam dar uma ajuda de custo às alunas — uma espécie de bolsa, como incentivo para prosseguir nas aulas — e financiar uma sede própria para o projeto. “A dança tem o poder de transformar a vida. Meu objetivo é investir nesses talentos e capacitá-los como professores, para que eles ponham o seu aprendizado a serviço de mais pessoas.

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