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Médico dá consultas gratuitas na Santa Casa de Misericórdia

Luiz Werber-Bandeira já investiu cerca de 750 000 reais do próprio bolso na instituição

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 25 Maio 2018, 12h00 - Publicado em 25 Maio 2018, 12h00
Rio de Janeiro, 10/04/2018: CN10: Dr Werber Bandeira. (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
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Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro foi o primeiro hospital em que Luiz Werber-Bandeira, 62 anos, entrou como estudante de medicina. É lá também que, desde 1986, chefia o serviço de imunologia e alergia clínica e experimental. Com tanto tempo de casa, nada mais natural do que o médico manter uma relação afetiva com a instituição, que, depois de uma profunda crise, começou a dar os primeiros passos para se recuperar. Werber-Bandeira participou ativamente desse processo: “Foi ali que aprendi a ser médico. Não somente a tratar doenças, mas a ouvir os pacientes. Não poderia ver nosso hospital passar por necessidades sem ajudá-lo. Penso que todo homem deve reconhecer e retribuir”.

A retribuição veio em forma de muito trabalho, que se iniciou com a recuperação arquitetônica do Pavilhão São Vicente de Paulo, onde funcionou a primeira faculdade de medicina do Rio, e do jardim inaugurado por dom Pedro II, em 1852. Depois de um ano de obra, o setor foi aberto em novembro, oferecendo consultas gratuitas à comunidade. “Conseguimos atender 600 pacientes em três meses. Estamos em fase de organização ainda, mas a meta é chegar a 120 pessoas por dia”, afirma.
O desejo de ver tudo funcionando a pleno vapor é tão grande que Werber-Bandeira já colocou no projeto cerca de 750 000 reais do próprio bolso e vem trabalhando na captação de parceiros. “A Associação de Saúde e Sustentabilidade também é uma das patrocinadoras, e assinamos um acordo, para troca de informação científica, com o serviço de terapia gênica da Universidade de Laval, no Canadá”, detalha o médico. O esforço valeu a pena. Hoje, a imunologia da Santa Casa conta com seis consultórios, três salas para imunobiológicos, uma para reunião, outra para procedimentos, secretaria, gabinete para a chefia e um anfiteatro.

Com essa estrutura, o local está apto a tratar desde alergias até doenças mais graves, como câncer, por meio da imunoterapia oncológica (uso de anticorpos contra as células cancerígenas). E não vai parar aí. A partir do segundo semestre, serão disponibilizados dois apartamentos para profissionais canadenses e será aberta a pós-graduação em imunologia e alergia clínica e laboratorial. “Neste mês, o nosso coordenador de pesquisa irá a Quebec, onde ficará por trinta dias ensaiando a técnica, experimental ainda, que modifica o DNA das células em doenças como câncer e Alzheimer”, adianta Werber-Bandeira.

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