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Meio ambiente em apuros: Rio tem mais de 100 lagoas de chorume

Estudo aponta que aterros sanitários do estado não conseguem tratar todo o resíduo poluente gerado. Volume das lagoas corresponde a 360 piscinas olímpicas

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 mar 2023, 17h46
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  • Com coloração escura e cheiro forte e desagradável, o chorume é considerado um dos líquidos mais poluentes e mais complexos para tratamento no planeta. No estado do Rio, atualmente há 106 lagoas compostas por esse poluente. Ao todo, elas armazenam mais de 900 milhões de litros – volume que corresponde a 360 piscinas olímpicas.

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    Este cenário é mostrado em um diagnóstico inédito produzido por pesquisadores do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA), sobre a geração e tratamento de lixiviados dos aterros sanitários do estado. “O estudo mostra que os aterros do estado não estão dando conta de tratar o chorume gerado, seja por dimensionamento incorreto da geração, seja por insuficiência técnica para tratá-lo”, afirma o coordenador do mestrado e um dos idealizadores da pesquisa, Carlos Eduardo Canejo.

    A pesquisa é baseada em processos públicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) de licenciamento ambiental das empresas públicas e privadas, concedidas ou contratadas para operar aterros no estado, além de informações geográficas e de satélite do Google Earth para cálculo das áreas e volumes das lagoas.

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    Dos 19 aterros sanitários licenciados do Rio analisados pelo levantamento, treze (situados em Angra dos Reis, Barra Mansa, Campos dos Goytacazes, Macaé-Zadar, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paracambi, Santa Maria Madalena, São Gonçalo, São Pedro da Aldeia, Seropédica, Três Rios e Vassouras) contam com algum tipo de tratamento interno de chorume. Já outros seis (em Itaboraí, Macaé-Essencis, Macuco, Niterói, Sapucaia e Saquarema) mandam o resíduo para outras estações de tratamento de esgoto ou desejos industriais.

    No caso dos que enviam para outras estações, o problema pode ser ainda mais grave. A prática, que é proibida por normativa nacional, mas permitida pelo órgão estadual, consiste em “pingar” o resíduo na vazão de esgoto que vai para tratamento, a fim de tornar sua concentração imperceptível. No entanto, a melhor alternativa ambiental seria tratar previamente o líquido antes de enviá-lo às estações.

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    Resultado da decomposição de resíduos sólidos, o chorume apresenta composição bastante variável, podendo conter até compostos tóxicos, como metais pesados e amônia. E mesmo um aterro sanitário encerrado pode gerar esse líquido por, no mínimo, 25 anos, gerando um problema ambiental de grandes proporções. “Diferentemente do biogás, outro produto de aterros sanitários, que gera receita, o chorume representa apenas gastos, correspondendo a até 80% do custo operacional de aterros”, ressalta o pesquisador da UVA

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