Acabou-se o que era doce. Tortas, brigadeiros, casadinhos e cajuzinhos fabricados diariamente por Ilda Menezes e vendidos há 40 anos no balcão da doceria Menininha estão saindo de cena junto com a proprietária do negócio. “Cansei”, diz Ilda, que nesta quinta (17) empacotava suas panelas para desocupar de vez o imóvel.
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Instalada há 40 anos numa lojinha no meio do buxixo do Baixo Gávea, a Menininha deixa de existir no momento em que a cidade começa a retomar suas atividades, ainda sob o baque da pandemia do coronavírus – mas nem a perspectiva de tudo voltar ao normal animou dona Ilda. “Eu já estava exausta, querendo fechar. Aí veio essa doença e eu tive a certeza de que estava na hora de acabar”, diz.
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O cansaço de Dona Ilda é no sentido literal: a doceria funcionava “até o último cliente” em seus áureos tempos, e não foram raras as noites em que clientes encostavam o cotovelo no balcão às duas da manhã em busca de uma fatia de torta de limão e do doce de gemas português, entre outras especialidades, feitas uma a uma por ela. “Eu fazia tudo e estava sempre na loja”, conta a proprietária.
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Dona Ilda fechou as portas no início da semana e nesta quinta (17) arrumava sua mudança para entregar o ponto aos novos donos, que abrirão uma lanchonete no lugar da Menininha. Batedeiras, talheres e panelas serão levados para a cidade de Baependi, em Minhas Gerais, onde a cozinheira voltará a morar. Parar de fazer doces? Jamais. “Vou vender pela internet e posso enviar brigadeiros por Sedex, se as pessoas quiserem”, anuncia.