Nas próximas semanas, micro e pequenos empresários do Rio de Janeiro afetados pela pandemia do novo coronavírus vão poder contar com um programa de crédito privado. O Estímulo 2020, associação sem fins lucrativos, já funciona em São Paulo e Minas Gerais.
Na iniciativa, os empresários doam quantias em dinheiro para os microempreendedores e podem oferecer consultorias e cursos. No caso da ajuda financeira, uma vez que o microempresário quite sua dívida, o dinheiro volta para o Estímulo 2020 para que outras empresas possam ser contempladas.
Ainda não existe uma meta definida de arrecadação de doação para a fase carioca do programa.
Os pequenos empresários que desejarem receber a ajuda financeira precisam atender a alguns requisitos e fazer um cadastro no site, que deve ser aprovado. Depois disso, o Estímulo 2020 envia uma proposta de empréstimo.
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Entre os requisitos, as empresas devem ter tido faturamento entre 360 mil e 2 milhões de reais em 2019, mais de dois anos de funcionamento, boa saúde financeira antes da pandemia e estar em um dos setores mais afetados pela crise. Os valores do empréstimo variam, sendo que o limite é o faturamento mensal pré-crise da empresa em análise.
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A taxa de juros anual também é variável. Em São Paulo, foi de 4% e, em Minas, de 7%. O pagamento pode ser feito em até 15 meses, com três de carência.
A pandemia trouxe uma realidade difícil para as micro e pequenas empresas. Por conta da paralisação de atividades, o Sebrae Rio ouviu 435 donos de pequenos negócios e identificou que 61% desses empresários não tinham reservas financeiras para enfrentar a crise. O estudo, realizado entre os dias 2 e 22 de junho, lista ainda que 16,2% dos negócios tinham recursos financeiros para suportar apenas o primeiro mês, 12% conseguiam chegar até o terceiro mês e apenas 4,9% resistem mais de três meses.
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Se alguns conseguiram redirecionar o seu modelo de venda, o estudo mostra que nem todos os pequenos negócios conseguem migrar seus negócios para a internet de forma fácil. Para 30,8% dos empresários, a falta de conhecimento das ferramentas é o fator que impede a transição. Já para 26% dos entrevistados pelo Sebrae, os produtos ou serviços não podem ser vendidos de forma digital. Também apareceram na pesquisa entraves como falta de planejamento e hábitos dos clientes, que não compram on-line.