Realçar os lábios é uma preocupação recorrente das mulheres desde o antigo Egito. No tempo dos faraós, a solução, uma mistura de tom carmim feita de cera, gordura animal e óxido de ferro, deixava a boca com um aspecto rosado e saudável. Milênios depois, uma técnica moderna que promete o mesmo efeito começa a fazer sucesso nas clínicas de estética. Trata-se da micropigmentação, que ficou conhecida por redesenhar as sobrancelhas e agora está sendo realizada nos lábios, deixando-os aparentemente mais jovens. “Além disso, a boca parece ganhar volume porque fica mais definida e hidratada”, explica Amanda Tito, do Studio Blink, em Ipanema. Na prática, o procedimento lembra o de uma tatuagem, com a diferença de que não é permanente nem atinge a camada mais profunda da pele. Com a ajuda de um aparelho chamado dermógrafo, o profissional passa até oitenta vezes uma agulha finíssima nos lábios, depositando o pigmento. Não há sangramento porque os movimentos são leves e superficiais. E a dor, dizem, é suportável.
Na hora, é normal que a boca fique um pouco inchada e com uma cor bem mais forte do que a escolhida. No dia seguinte, surge uma pele bem fininha, em decorrência do processo de cicatrização. Por mais que a vontade seja grande, os profissionais recomendam não tirá-la. “Em duas semanas, a tonalidade clareia de 50% a 70% e o aspecto fica bem natural”, diz Stephanie Sombrio, da clínica Tefy Browns, na Barra. Cerca de um mês depois, a cliente deve voltar para fazer um retoque. O efeito dura de oito meses a um ano e os preços variam de 500 a 2 000 reais. Essa grande diferença nos valores é justificada pelo tipo de material usado. Há lugares que só recorrem a pigmentos importados. Adepta da revitalização labial há quase um ano, a estilista Liza Canha, 32 anos, diz que a aplicação vale cada centavo. “Trabalho e tenho dois filhos, um deles bebê. Preciso otimizar o tempo. Já acordo pronta, e o resultado é muito natural. Imagina aparecer no parquinho toda maquiada às 7 da manhã?”, pergunta.