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A força do rap feminino no Méier é abordada em minidocumentário

Produzido por alunos da PUC-Rio, minidocumentário revela a luta de mulheres para se afirmar dentro de uma cultura majoritariamente masculina

Por Carolina Rocha e Davi Costa*
Atualizado em 24 jan 2022, 08h21 - Publicado em 11 jan 2022, 15h56
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  • Rap, hip-hop, representatividade e resistência. Esses foram os temas principais do documentário Manos, Monas & Minas, produzido por Miguel Meyer, 21, Rafael Bastos, 22, e Victoria Ripper, 25. No curta de pouco mais de 10 minutos, os alunos da disciplina Laboratório de Telejornalismo, da PUC-Rio, documentaram a edição do dia 15 de setembro da Batalha do Coliseu, através do olhar de duas jovens participantes: as rappers Levinsk e Lili, ambas paulistas. 

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    Manos, Monas & Minas aborda de maneira sensível a luta feminina para se afirmar dentro da cultura subterrânea do rap, utilizando como recorte uma das maiores competições de rimas da cena periférica carioca – a qual ocorre todas as noites de quarta, na famosa praça do McDonald’s do Méier.

    Ao longo do documentário, o espectador é levado a conhecer a fundo a história de duas mulheres que utilizaram as rimas para dar voz às suas vivências e que fizeram do rap uma plataforma para mudança e conquista. 

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    Apesar do projeto expor o espaço majoritariamente masculino que é a cena do rap – Lili e Levinsk eram as únicas mulheres disputando -, ele também mostra a conquista da presença feminina cada vez mais forte dentro do Hip-Hop, um gênero politizado e dominado por minorias desde sua origem. Inclusive – spoilers a frente -, Levinsk não só foi a atração principal, por já ter uma fama bem estabelecida dentro da comunidade, mas também foi a grande vencedora dessa edição da Batalha do Coliseu.

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    “Tudo no final é sobre isso, as mulheres ainda têm que fazer mais. Mas a mulher vai lá e faz – eu não sei como, ela dá conta de algum jeito. E é por isso que a Levinsk está ali. Eu tenho certeza de que todos os outros caras têm um super mérito, que eles são maravilhosos e talentosos, mas também tenho convicção que foi muito mais difícil para ela em cem por cento dos casos. E para Lili também, assim como vai ser para outras. Então o rap, claro, foi muito legal, muito importante, mas ele foi só um recorte. Ele foi só mais um exemplo de como é difícil ser mulher”, disse Victoria sobre o esforço feminino na busca de espaço. 

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    O trabalho surgiu da proposta do professor Luís Nachbin de realizar um documentário retratando uma cena do subterrâneo cultural carioca geradora de mobilizações. O trio de alunos percebeu a riqueza cultural presente na Zona Norte e, a partir do contato do professor Nachbin com MC Daíra – organizador da competição e mestre de cerimônia -, eles tomaram a Batalha do Coliseu como objeto de análise.

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    O trio de alunos que produziu o minidocumentário chegou na disputa sem um ângulo focal definido – apenas com uma “câmera na mão e uma ideia na cabeça”. “É jornalismo olho no olho. Quando você vai produzir um documentário na rua, tem que ter uma química entre o entrevistado e você, naturalmente. Para ter uma noção, a gente falou com a Levinsk, com a Lili e com mais cinco outras pessoas”, comentou Miguel Meyer. 

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    O professor se mostrou muito satisfeito com o resultado do documentário. “O projeto da Batalha do Coliseu para mim é um feito extraordinário. Em apenas quatro horas, eles produziram um trabalho com excelência em todos os aspectos: fotografia, edição, qualidade e espontaneidade dos depoimentos”, disse. 

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    Veja também os outros documentários da série sobre música underground no Rio:

    🎧 Acesse o podcast Underground & Nem Tanto para conferir reportagens em áudio sobre o tema.

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    * Carolina Rocha e Davi Costa, estudantes de jornalismo da PUC-Rio, sob supervisão de professores da universidade e revisão final de Veja Rio. 

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