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Pequenas delícias

Fofos na aparência e com sabor delicado, alimentos em miniatura conquistam as melhores mesas da cidade

Por Fabio Codeço
Atualizado em 5 dez 2016, 15h57 - Publicado em 28 out 2011, 17h18
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  • Dos ateliês de alta gastronomia a endereços mais despojados, não há quem resista. Claude Troisgros, Roberta Sudbrack e Felipe Bronze já aderiram, assim como os chefs do Gula Gula, Universo Orgânico e Vegetariano Social Club. Enfeitando receitas, guarnecendo carnes e peixes ou até alçados ao papel de protagonistas, minilegumes, verduras e brotos caíram no gosto dos principais mestres-cucas cariocas. Também pudera. Pequeninos, eles são capazes de levantar o visual de qualquer prato. E não é só. “O sabor parece mais concentrado e, ao mesmo tempo, delicado”, garante Carolina Figueiredo, do Market Ipanema, melhor cozinha rápida na edição 2011/2012 do especial “Comer & Beber” de veja rio. Lá é servida uma deliciosa salada de alho-poró, abobrinha, beterraba, cenoura e vagem francesa. Tudo em miniatura, coroado apenas com queijo de cabra esfarelado e melado de romã.

    Em alta, a tendência não pegou apenas nos restaurantes. Nos últimos cinco meses, o número de pedidos residenciais triplicou no Empório do Brejal, no município de Petrópolis. Além de fornecer produtos orgânicos a casas como Celeiro, Giuseppe e Laguiole, a empresa faz entregas domiciliares três vezes por semana no Rio. “Muitos clientes passaram a usá-los no preparo das refeições do dia a dia”, revela Ana Cristina Leonardos. E olhe que os preços cobrados pela versão precoce ? sim, eles nada mais são do que o alimento colhido antes da maturidade, três semanas após o plantio ? podem chegar a até quatro vezes o valor pago pelo exemplar adulto. Com cerca de vinte variedades no portfólio dos mínis, os três mais consumidos, por ordem de preferência dos comensais, são: abobrinha, cenoura e vagem.

    Entre as delícias de tamanho reduzido, a descoberta do momento é o aipinzinho. Encontrado junto às raízes adultas do tubérculo, produzido desde a década de 40 por colonos japoneses estabelecidos em Santa Cruz, Zona Oeste, o aipinzinho era dispensado por falta de mercado. Acabava virando ração para animais. A história começou a mudar em abril, quando a cozinheira Teresa Corção descobriu o rebotalho, introduzindo o ingrediente nas receitas de seu restaurante, O Navegador. Fez mais: convenceu o agricultor Otávio Miyata a realizar testes para comercializá-lo. O produto já vai entrar no mercado com grife. Está em curso o projeto para a constituição do selo de Indicação Geográfica. Será uma espécie de certificado de qualidade, a exemplo daquelas denominações de origem comuns no mundo dos vinhos italianos e franceses. Paralelamente, Teresa vem apresentando a matéria-prima aos colegas.

    Recentemente a campanha ganhou um militante de peso. Claude Troisgros caiu de amores pelo pequenino aipim e o levará em novembro para ser apresentado ao público do festival gastronômico de San Sebastian, meca da gastronomia espanhola. “É uma marravilhinha”, brinca Troisgros, que está preparando uma entrada com o ingrediente para o novo cardápio do Olympe.

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