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O novo Saara

Maior favela do Recreio, o Terreirão reúne mais de 800 lojas e atrai madames e descolados em busca de boas pechinchas

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 5 dez 2016, 15h27 - Publicado em 15 ago 2012, 19h52
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  • São 11 horas da manhã de uma sexta-feira e a rua está apinhada de gente. De vestido florido, óculos escuros enormes e sapatos confortáveis nos pés, a estudante de direito Dandynha Barbosa, de 22 anos, pede ao motorista para deixá-la ali perto e buscá-la três horas depois. É dia de ir às compras no Terreirão, um dos centros comerciais que mais cresceram nos últimos anos, atraindo moradores da Barra, Recreio e dos bairros vizinhos à procura de produtos com preços mais em conta. Formado pela Rua Arquiteto, a principal, e outras vias adjacentes, o shopping a céu aberto reúne mais de 800 lojas de acessórios, moda masculina, feminina, infantil, artigos para festas, decoração, brinquedos, entremeadas de salões de beleza, mercadinhos de hortifrúti e barracas de camarão fresco vindo direito da praia, que fica a poucos metros dali. Sem precisar fuçar muito, a it-girl logo encontrou o primeiro achado do dia: uma sandália azul com solado de corda ao estilo navy, que está em alta para as próximas estações, por 79 reais (veja as melhores ofertas da região no quadro ao lado). “Num estabelecimento tradicional, seria impossível comprar algo assim por menos do que 150 reais”, garante a exímia conhecedora das grifes da Barra e Zona Sul.

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    [—FI—]

    Localizado bem no finalzinho da Avenida das Américas, na altura do número 17432, o Terreirão não passava de um grande matagal na década de 40, quando os primeiros pescadores se estabeleceram na região. Depois que os condomínios de luxo foram erguidos nas proximidades, a favela cresceu em tamanho e população (são 5?000 pessoas vivendo ali). Curiosamente, nunca padeceu com a violência ou o tráfico de drogas. Há cerca de cinco anos, o comércio, antes voltado para a população local, passou a mirar novos públicos. Deu certo. Boa parte da clientela hoje, especialmente nos fins de semana, é formada por madames e jovens descoladas. “Aqui você encontra de tudo. As coisas são mais baratas do que em qualquer shopping e o ambiente é menos tumultuado”, diz a designer de joias Vivian Máximo, 29 anos, que em sua última visita levou uma bolsa de palha por 10 reais para presentear uma amiga. Aos sábados, dia de maior movimento, o melhor é chegar mais cedo, por volta de 9 horas, quando ainda é possível encontrar vaga nas ruas estreitas do local. Outro cuidado importante: alguns desses estabelecimentos vendem produtos piratas. Fuja deles. Certas economias simplesmente não valem a pena.

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