O artista carioca Yhuri Cruz, 29 anos, livrou um ícone do peso de dois séculos de suplício. Na obra Monumento à Voz de Anastácia (santinho), Cruz interfere sobre a imagem da mulher negra com grilhão no pescoço e mordaça, pintada em 1817 pelo francês Jacques Etienne Arago.
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O retrato de indizível violência é símbolo do culto à escrava Anastácia, com devotos nas religiões católica e de matriz africana, celebrado tanto na Igreja do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, no Centro, quanto nos centros e terreiros.
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Em sua criação, Cruz livra Anastácia dos instrumentos de tortura e torna visível um leve sorriso. Seu gesto de reparação histórica chegou às salas de aula: a obra foi incluída nos livros didáticos das mais de 200 escolas da rede Eleva.
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