Enxugar o gelo, mais uma vez. É essa a política de segurança levada a cabo pelo governador do Rio, Cláudio Castro, com o anúncio da construção de um muro na Linha Vermelha para, supostamente, conter os grupos criminosos. É a opinião de Robson Rodrigues, ex-comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar. Para ele, a mediada representa a incapacidade das autoridades em lidar com o crime organizado.
+ Em julho, Praia do Flamengo esteve apta para banho em 90% das coletas
“É a falência do estado com a política de segurança pública. O Rio entrega os pontos e diz que não é capaz de uma ação mais efetiva. As medidas são sempre paliativas, e não há um diagnóstico preciso dos problemas que devem ser enfrentados para que todos os cidadãos se sintam seguros e beneficiados. O muro é uma forma preconceituosa de separar aqueles que “merecem” ser protegidos daqueles que “não merecem”, as pessoas que vivem nas comunidades e não têm meios de se proteger”, afirma Robson.
O ex-comandante diz que é preciso construir uma política de prevenção e repressão com policiamento inteligente, articulando as forças civil, militar e prisional, e integrado com as polícias federais, para conter o abastecimento de armas e insumos dos traficantes.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Segundo o secretário estadual de Transporte, Washington Reis, o muro que será construído terá 13 centímetros de espessura e garantirá proteção para balas de fuzil. O anúncio foi feito na querta (9), durante a inauguração de obras de melhoria na Linha Vermelha, no trecho entre a Ilha do Governador e a Rodovia Washington Luiz, na Baixada Fluminense.