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Museu Nacional conclui em duas semanas licitação para reconstruir bloco

Será recuperado o primeiro bloco histórico do Palácio da Quinta da Boa Vista, datado do século 19. Museu também prepara celebração virtual de 203 anos

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 Maio 2021, 13h15 - Publicado em 7 Maio 2021, 13h07
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  • Em até duas semanas, o Museu Nacional espera concluir a licitação para a escolha da empresa que vai reconstruir o primeiro bloco histórico do Palácio da Quinta da Boa Vista, datado do século 19 e localizado no bairro de São Cristóvão, região central da capital fluminense, destruído por incêndio no dia 2 de setembro de 2018.

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    “O bloco histórico é o mais complexo”, diz o diretor-geral do museu, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexander Kellner. “Deve fechar em uma ou duas semanas”, afirma.

    A direção está trabalhando também para o aniversário de 203 anos do Museu Nacional, que acontece no dia 6 de junho, e marca o palácio como sede do museu. Serão realizadas transmissões ao vivo pela internet para conversar com as pessoas sobre questões de acessibilidade, além de uma reunião para contar a história do museu.

    Entre outras iniciativas que estão sendo preparadas, Kellner destacou o lançamento de um site dentro do portal do museu, onde serão divulgadas as ações em desenvolvimento.

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    Pela primeira vez, cinco meses após o incêndio, o palácio que abrigava o Museu Nacional do Rio de Janeiro, foi aberto para a imprensa, e parte do acervo recuperado foi apresentado.

    Campanha de recuperação

    O diretor-geral anunciou que no dia 2 de setembro, quando se registra a passagem do terceiro ano do incêndio, será lançada uma campanha nacional e internacional para a recomposição do acervo do Museu Nacional.

    “Agora é para valer, porque nós queremos devolver parte do Museu Nacional, em 2022, para a sociedade brasileira”, explica. O diretor lembrou que no próximo ano acontecerá o bicentenário da Independência. “E o Museu Nacional não pode ficar de fora”.

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    Segundo Alexander Kellner, a ideia é entregar ao público o Jardim das Princesas, que nunca esteve aberto à visitação pública antes e que tem ornatos e material importante relacionado ao Império, e também o jardim frontal, situado em frente à fachada do palácio. “Além disso, a gente quer devolver parte da fachada restaurada, o telhado bem bonito”. A previsão é entregar o museu totalmente restaurado em 2026.

    Doações

    Kellner informou que, até o momento, o Museu Nacional tem 65%, ou o equivalente a cerca de R$ 240 milhões, da verba necessária para o projeto de reconstrução, que alcança R$ 370 milhões, de acordo com o mais recente levantamento. Desse total, R$ 50 milhões foram doados pelo Bradesco; R$ 50 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); R$ 50 milhões pela mineradora Vale, e R$ 55 milhões pela Câmara Federal, aprovados em 2018 e liberados no ano seguinte.

    De acordo com Kellner, os recursos estão sendo aplicados para deixar o campus do museu em ordem, para receber as novas instalações acadêmicas. O diretor disse que o campus foi sempre uma preocupação porque envolve terreno de 44 000 metros quadrados. “Já cercamos o terreno, estamos atuando na infraestrutura. Estamos trabalhando para fazer o que sempre quisemos, que é deixar as coleções e a parte acadêmica separada do palácio, em outro ponto”.

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    Circuitos

    Após a reconstrução do bloco histórico, ficarão no palácio as exposições. “Vamos retirar do palácio a parte acadêmica e fazer dele uma grande área expositiva, um museu de história natural e antropologia”. Dentro desse contexto, quatro circuitos terão destaque. O primeiro é um circuito histórico, que vai contar um pouco do Império e da vida dos moradores daquele local, além do que aconteceu na República, mencionando também a questão do incêndio, em 2018. “Não tem como você apagar isso da memória do palácio”, comentou Kellner.

    O segundo circuito abordará os ambientes e biomas brasileiros. “Acho que é o circuito mais bacana. A gente quer fazer uma viagem, saindo do museu”. O itinerário é vasto. Abrange desde as florestas de araucária da Região Sul brasileira, passa pelos Lençóis Maranhenses, pela Amazônia, mostrando um pouco de como são esses ambientes, as populações, os animais e como eles vivem. “E termina no Museu Nacional. Uma viagem pelo Brasil, mostrando esse belíssimo país para todo mundo que nos for visitar”.

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    No terceiro circuito, a diversidade cultural é a peça principal, exibindo as diferentes culturas de norte a sul, traçando paralelos com culturas de outros países. Para isso, Kellner observou que serão necessários apoios financeiros para as exposições do equipamento.

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    Já o quarto circuito falará de universo e vida, apresentando o surgimento do planeta, o universo e como chegamos ao ponto em que estamos atualmente. Os dinossauros serão uma das grandes atrações dessa parte.

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    “Nós queremos ser o museu de história natural e antropologia, que seja inovador, sustentável e, sobretudo, acessível. E que promova a valorização do patrimônio científico e cultural que, pelo olhar da ciência, leva a todos que nos visitem a reflexão pelo mundo que nos cerca, ao mesmo tempo que nos leva a sonhar”.

    Alexander Kellner disse que esse é um grande desafio que o museu está encarando e avançando, a despeito dos outros problemas que existem.

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