Cinquenta e um milhões de litros de esgoto de Queimados e Japeri vão deixar de ser despejados diariamente na Bacia do Rio Guandu, o equivalente a 20 piscinas olímpicas. A promessa é da concessionária Águas do Rio, que anuncia oficialmente hoje a construção da Estação de Tratamento de Esgoto de Queimados. A obra – uma das contrapartidas da venda da Cedae, em agosto de 2021 – vai levar saneamento básico a mais de 200 mil moradores da Baixada Fluminense. O Guandu é o principal rio que abastece oito municípios da região, além da capital, atendendo nove milhões de pessoas.
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As obras, orçadas em 750 milhões de reais, serão feitas em etapas, a partir do início do ano que vem, e a previsão de inauguração da primeira fase é no começo de 2025. A estrutura deve funcionar em sua capacidade máxima até o fim de 2026. Segundo o jornal O Globo, o sistema de esgotamento inclui a coleta e o tratamento de efluentes domésticos da região, com 700 quilômetros de rede coletora e 60 estações elevatórias, responsáveis por bombear e mandar os resíduos para a estação de tratamento. O projeto não prevê o tratamento de dejetos industriais.
Hoje, Queimados não tem nem 2% de esgoto tratado. Os dejetos da cidade, assim como de Japeri e de parte de Nova Iguaçu, são lançados diretamente nas redes pluviais in natura, representando 60% da poluição que chega à Bacia do Guandu. No caso de Japeri e Queimados, o sistema vai ser de coleta por uma rede que separa a coleta do esgoto da rede de drenagem. Todo o esgoto coletado vai ser tratado.
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No mês passado, o despejo irregular de detritos industriais deixou o Rio Guandu tomado por uma espuma que paralisou a captação de água e interrompeu o abastecimento por 14 horas. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que multou a empresa em 10 milhões de reais pelo lançamento de substância surfactante na galeria de águas pluviais e que encaminhou o processo para a Secretaria municipal de Meio Ambiente de Queimados, responsável pelo licenciamento. Segundo o município, “foi constatado apenas o descumprimento de condicionantes ambientais que não tinham a ver com o episódio da espuma” e que embargou a empresa, aplicando multa de 1 milhão de reais. A empresa recorreu e voltou a funcionar, após firmar um Termo de Ajuste de Conduta se comprometendo em monitorar o curso da água.