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As ofensas racistas sofridas pela rainha de bateria da Imperatriz

Vídeo de Maria Mariá sambando gerou críticas de usuários devido ao movimento das tranças de seu cabelo

Por Redação
27 set 2023, 17h46
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Maria Mariá: rainha se pronunciou após ataques nas redes sociais (Alex Ferro/Riotur)
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Maria Mariá, atual rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, desabafou nas redes sociais após ter sido alvo de ofensas racistas e misóginas referentes ao seu cabelo. Tudo começou no sábado (23), quando foram publicados vídeos da jovem de 20 anos sambando durante as eliminatórias dos sambas-enredo para o Carnaval 2024.

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A gravação feita na sexta (22), na quadra da escola, em Ramos, foi mencionada por usuários nas redes sociais com críticas às tranças da sambista.  “Incrível como essas minas adoram jogar esses cabelos de boneca velha na cara dos outros”, disse um comentário. “Por isso não tem cabelo de verdade. Deus não dá asa a cobra”, alfinetou outro usuário.

Internautas insinuaram que a rainha de bateria estaria atrapalhando os colegas, que tocavam chocalho próximos a ela, devido ao movimento de suas tranças. A atitude da sambista teria sido julgada como “arrogante”. “Se eu fosse [integrante] do chocalho, eu acenderia um isqueiro na trança dela e ela não ia nem ver de onde veio o fogo”, declarou outro usuário. “Ou eu puxava essas tranças feias ou ela ia conhecer o som do chocalho”, comentou uma terceira pessoa. 

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Em publicação nas redes sociais, Mariá reforçou que está bem, mas que se “preocupa e entristece” com as ideias. “O pensamento é muito poderoso, principalmente quando se tem a intenção de ferir o próximo. Espero verdadeiramente que meu posicionamento fortaleça cada um de vocês! Somos e seremos sempre coletivos. O racismo é vertiginoso “, escreveu na legenda.

Mariá também aproveitou para convidar as pessoas a conhecer a quadra da escola de samba, que ela define como sua “casa”, e ressaltou a importância de evitar comparações entre pessoas. “Como graduanda em comunicação social, sei bem como o efeito manada na internet funciona. Os algoritmos são falhos e rápidos, alimentam quase sempre o que não deveria (…), mas não se pode esperar muito de algo racista, não é mesmo? Verdadeiramente, não me abala. Ninguém agrada todo mundo”, escreveu.

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A Imperatriz Leopoldinense repudiou o ocorrido e, em nota, afirmou que a escola e a rainha “tomarão as medidas cabíveis contra os agressores” por meio de seus advogados. “Racistas não passarão!”, reforçou a agremiação.

“O conhecimento e a luta contra qualquer forma de racismo, seja ele individual, estrutural, institucional ou ambiental, são pautas urgentes. Como característica singular, a humanidade nos une através da pluralidade. O Carnaval, por si só, une os povos em festa, amor e empatia. A luta para exorcizar este modo criminoso de agir e pensar é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e democrática”, disse um dos trechos da publicação.

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Outras escolas de samba e rainhas de bateria manifestaram apoio à sambista. “Ninguém imagina o que nós passamos, os nossos corres. A internet é uma via de mão dupla e ‘terra de ninguém’. Haja paciência! Você é incrível, rainha!”, disse Mayara Lima, rainha do Paraíso do Tuiuti. “Não é fácil, não. Mas você tem uma força extraordinária, não se esqueça disso!”, escreveu Evelyn Bastos, rainha da Mangueira.

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