Com 6,6 quilômetros de extensão, a rua Conde de Bonfim corta a Tijuca de ponta a ponta. Com intensa atividade comercial, a via se tornou no último mês alvo recorrente de bandidos, que têm atacado lojas e assustado os moradores da região.
O último caso aconteceu na manhã desta quinta (19), por volta das 8h. Vestidos de garis, 3 bandidos atacaram uma unidade das Lojas Americanas na altura do nº 40, perto do Largo da Segunda-feira. Os ladrões levaram um TV de 50 polegadas, um tablet e um ferro de passar. Não houve troca de tiros. O crime aconteceu menos de 1 dia depois de uma tentativa de assalto à Kalunga, na mesma via, perto da rua Uruguai. Dois homens e uma mulher atiraram contra seguranças da papelaria. Os disparos feriram o funcionário Felipe Emerique e mataram a cliente Valdiza Souza, de 60 anos. No último dia 26, outra unidade das Lojas Americanas, na esquina com a rua Carmela Dutra, também foi atacada. Na ocasião, um tiroteio entre ladrões e vigilantes assustou os moradores da região. Em outro assalto, em 28 de fevereiro, o advogado Marcos de Souza foi morto na porta de casa por assaltantes na rua Alfredo Pinto, que é perto do teatro Ziembinski e também faz esquina com a Conde de Bonfim.
As ocorrências marcam o fim de um período de relativa tranquilidade na Tijuca, que trocou o cenário de bang-bang da década de 1990 pela revalorização imobiliária na última década graças à política de pacificação de favelas do Governo Cabral, que reduziu os índices de criminalidade. Com o naufrágio do estado e a volta da violência, os indicadores do bairro voltaram a piorar. Só no primeiro trimestre de 2018, 33 roubos a lojas e 212 roubos a pedestres foram registrados na 19ª Delegacia Policial, que atende a região.