Fundada em outubro de 2015 com o propósito de promover o desenvolvimento sustentável das favelas através da energia solar, a ONG Revolusolar, iniciativa que tem entre os idealizadores o economista carioca Eduardo Avila, de 24 anos, prepara-se para dar um importante passo em sua trajetória. A organização social, que já atua no Chapéu Mangueira e no Morro da Babilônia, na Zona Sul do Rio, vai implementar a primeira cooperativa de energia solar em uma favela brasileira.
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Inédito por aqui, o projeto-piloto inspira-se em soluções estrangeiras congêneres para juntar famílias e comerciantes de comunidades de baixa renda a fim de dividir os custos de energia via painéis solares por meio de cooperativas em que aquilo que for economizado na conta convencional possa ser a contribuição mensal para a iniciativa. “Além de ser mais em conta, é uma solução que harmoniza muito com o senso de cooperação, de comunidade e autogestão e outras características que vigoram nas favelas cariocas”, conta Avila, formado pela UFRJ e diretor-executivo da Revolusolar, que, pela iniciativa, foi finalista da competição anual Global Innovation Lab for Climate Finance, responsável por selecionar instrumentos financeiros inovadores para impulsionar ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
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Ele ressalta que, na última década, os custos de equipamentos de energia solar caíram 85%, ao passo que as tarifas de energia elétrica saltaram 105% no Rio, mais que o dobro das cifras praticadas anteriormente. “Já é muito mais vantajoso você adotar as placas, que têm durabilidade média de 25 anos, do que consumir apenas energia convencional da rede. Sem contar que uma pesquisa recente aponta que a Região Metropolitana do Rio é a região brasileira mais vantajosa para se instalar essas placas, tanto pelo custo, quanto pelo fato de incidir mais sol”, reitera o jovem empreendedor, também finalista (e único representante brasileiro) do programa da ONU Young Champions on Earth, com resultado previsto para setembro deste ano.
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Os materiais para instalação dos painéis serão doados pelas empresas chinesas LONGi e GoodWe, ambas líderes em produção de equipamentos para energia solar no mundo. Para arrecadar fundos para os outros gastos da criação da cooperativa, a exemplo de capacitação de profissionais locais para instalar e fazer manutenção das placas, uma captação de recursos é feita pelo site. “A ideia é que este novo modelo de energia seja sustentável economicamente também. A cooperativa deve ser um negócio social, gerido pelos próprios moradores. O valor mensal pago por eles vai compor um fundo comunitário, cujos recursos serão usados para remunerar os envolvidos na instalação de painéis, eletricistas, professores, etc. O restante será alocado para instalar novas placas na comunidade”, completa Avila, que com a cooperativa vai beneficiar, inicialmente, trinta famílias (leia-se cerca de 130 pessoas, contando os profissionais locais contratados).
Eduardo exemplifica como será calculada a taxa, na prática: “Se uma pessoa economizou R$ 200 pelos créditos de energia convencional, anteriormente de R$ 300, então ela vai pagar R$ 100 como taxa para a cooperativa e os outros R$100 ela vai ficar como economia líquida dela”.
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Aos interessados, a Revolusolar atua em outras frentes, além das soluções, como no âmbito educacional, com capacitação profissional e oficinas infantis.