Encerrada a Rio 92, a Conferência Mundial de Meio Ambiente patrocinada pela Organização das Nações Unidas, em junho de 1992, uma crônica publicada na última página da edição 25 de VEJA RIO proclamava que a cidade estava pronta para disputar a candidatura à Olimpíada do ano 2000. O autor, o jornalista Sérgio Cabral — que na época se revezava no espaço com o escritor João Ubaldo Ribeiro —, elencou razões pelas quais receberíamos bem o evento e alertava que tínhamos instalações para isso. Os locais, além do Maracanã, eram os estádios Célio de Barros, demolido nas obras da Copa de 2014, e Júlio Delamare, que escapou por pouco de ter o mesmo fim, mas está desativado desde 2013. Foi necessário um quarto de século para que a profecia se tornasse realidade, o que não impediu que o Rio exercitasse com desenvoltura o papel de bom anfitrião. “Com a Olimpíada, provamos ser capazes de receber eventos de qualquer magnitude”, diz Flavio Machado, vice-presidente da empresa que realizou a abertura e o encerramento dos Jogos.
Responsável por promover uma verdadeira revolução urbanística, a Rio 2016 foi só o glacê confeitado que faltava em um bolo já recheado de conferências, comemorações e competições de escala internacional sediadas aqui em duas décadas e meia. Graças à geografia privilegiada e à efervescência cultural, até hoje capaz de influenciar todo o país, a cidade fez bonito nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e nas partidas mais estratégicas da Copa do Mundo de 2014 — entre elas a final —, que atraíram uma legião de estrangeiros. Multidão semelhante foi vista durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, o primeiro grande evento do papado de Francisco. Uma enorme missa campal levou à Praia de Copacabana 3,7 milhões de pessoas, em mais um capítulo memorável da história carioca. “As cidades, assim como as pessoas, têm vocações”, diz Sérgio Cabral, o autor do vaticínio de 25 anos atrás. “Aqui, buscamos motivos para fazer festa. O Rio sempre será assim”, decreta ele.