Os indícios do envolvimento de Rogério Andrade na morte de Marcos Falcon
Duas fotos do corpo da vítima foram encontradas em e-mail de um braço-direito do temido contraventor

O bicheiro Rogério Andrade pode ser indiciado pelo assassinato de Marcos Vieira de Souza, o Falcon, subtenente da PM e ex-presidente da Portela. Arquivos encontrados em e-mails e testemunhas apontam o envolvimento de Rogério e sua quadrilha no atentado que vitimou Falcon em 2016, executado a tiros por homens armados em seu comitê de campanha para o cargo de vereador.
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Informações divulgadas pelo jornal O Globo indicam que integrantes armados da quadrilha de Rogério Andrade, após o assassinato, invadiram o Campo do Falcon, onde funcionava o centro social da vítima, em Oswaldo Cruz, na Zona Norte. Seis testemunhas contaram a promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre a relação conturbada entre Rogério e Falcon, entre outros motivos, porque o primeiro desconfiava da participação do segundo no atentado a bomba que matou seu filho, em 2010, em episódio onde o alvo seria Rogério.
Em 2024, promotores do Gaeco encontraram novas provas em arquivos extraídos de uma conta de e-mail de Flávio Santos, presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel e braço direito de Rogério: duas fotos do corpo de Falcon tiradas logo após a execução, e conversas que confirmam a conexão do presidente da Mocidade com um casal suspeito de entregar o inimigo de Rogério.A dupla em questão é Michele de Mesquita Pereira, ex-mulher de Falcon que trabalhava em seu comitê de campanha, e seu atual companheiro, o PM Anselmo Dionísio das Neves, o Peixinho.
A confirmação da relação entre Michele, Peixinho e Flávio Santos levou o Gaeco a pedir à Justiça mandados de busca contra o braço direito de Rogério Andrade e seu segurança. Peixinho já é réu na Justiça sob a acusação de ter tentado atrapalhar as investigações do caso. Ele entrou no comitê de campanha logo após o assassinato, mexeu no corpo e levou um dos três celulares da vítima. Poucos dias depois, o PM devolveu o aparelho para parentes de Falcon, que não foi periciado porque estava danificado.
De acordo com uma das testemunhas, Falcon também teria sido convocado por um amigo, o também PM Geraldo Pereira, para participar de um plano para matar Rogério Andrade, e teria contado a parentes saber que seria alvo do bicheiro. Pereira queria virar dono da área em Jacarepaguá sem a permissão do contraventor, e foi executado a tiros quando entrava numa academia no Recreio. Falcon achava que seria o próximo.