Após um ano de incertezas e impasses, o destino do Palácio Gustavo Capanema ficou mais perto de uma definição após uma reunião nesta quinta (7). Com o fim das obras iniciadas em 2014, o prédio histórico – um marco da arquitetura moderna e tombado pelo Iphan – seguirá como casa de órgãos e atividades culturais, como sempre foi ao longo de sua história de oito décadas. Segundo reportagem do jornal O Globo, a entrega das chaves está prevista para a primeira quinzena de setembro, mesmo que parte dos 16 andares ainda esteja recebendo pelos últimos retoques nos meses seguintes. A intenção é que o primeiro evento público aconteça em seguida. O marco da reinauguração já está inclusive definido: será um concerto na Sala Sidney Miller, que pertence à Fundação Nacional de Artes (Funarte), numa parceria com a Escola de Música da UFRJ.
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Ameaçado de ser vendido para a iniciativa privada, como queria o governo federal, e cobiçado como sede por entidades como as Justiças Eleitoral e do Trabalho, o Capanema teve seu destino selado num encontro em que estiveram o secretário especial de Cultura, Hélio Ferraz; o presidente da Funarte, Tamoio Marcondes; o diretor-presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Alex Braga; o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Luiz Carlos Ramiro Junior; e representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), da Fundação Palmares e da Casa Civil.
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Na conversa, ficou definido que a Funarte e a Ancine irão transferir suas sedes principais para o Capanema assim que possível, enquanto os outros órgãos presentes levarão parte de suas estruturas para o edifício, que também abrigará um gabinete da Secretaria Especial de Cultura. A estratégia, segundo pessoas que participaram das tratativas ouvidas pelo GLOBO, é ocupar todos os andares com pessoal associado à cultura, eliminando espaços ociosos e esvaziando o pleito de quem por ventura tiver a intenção de disputar o uso do local.
Outro objetivo é promover atividades culturais para colaborar na revitalização do Centro do Rio. Para atrair mais visitantes, uma série de novidades está no radar, como a abertura de um ou mais restaurantes geridos pela iniciativa privada no terraço-jardim projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx, um dos muitos marcos do Capanema, tal qual os painéis de Candido Portinari. O projeto prevê ainda um centro de convenções de grande porte, que possa receber eventos culturais variados.
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“Vamos sedimentar o prédio como um grande alicerce cultural da cidade e do país”, disse ao Globo Tamoio Marcondes, da Funarte, que atuará como uma espécie de “síndica” do edifício, fazendo a gestão das áreas comuns e coordenando a integração com a sociedade.
O prédio foi concebido em 1945 por expoentes como Lucio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros arquitetos e profissionais renomados. No local, também haverá exposições rotativas e permanentes, como um andar inteiro reproduzindo as características do Capanema na época em que foi inaugurado.