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Pandemia afeta participação de mulheres negras cariocas no mercado de trabalho

Estudo realizado pela Prefeitura do Rio mostra que o grupo teve a maior queda no índice de ocupação de 2020 para 2021

Por Luiza Maia
Atualizado em 13 ago 2021, 18h56 - Publicado em 13 ago 2021, 18h53
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  • Com a pandemia do novo coronavírus, o cenário se agravou ainda mais para as mulheres negras que buscavam um emprego. Segundo um recente estudo da Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDEIS), o índice de participação desse grupo no mercado de trabalho do Rio caiu nove pontos percentuais no primeiro trimestre em 2021, em comparação ao mesmo período em 2020 – de 56% para 47%.

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    Os dados ainda apontam que apenas 18% dos postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre do ano eram ocupados por elas.

    Segundo o levantamento, a queda de ocupação dessa população foi a maior registrada entre os grupos com recorte de gênero e raça. No mesmo período, o número de mulheres brancas empregadas teve queda de 5,9 pontos percentuais assim como os homens negros. Já os homens brancos exibiram a menor variação, de 4,3 pontos percentuais, registrando a melhor taxa de empregabilidade (64,5%).

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    O subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Marcel Balassiano, ressalta que o índice de mulheres negras com postos de trabalho informais é um dos fatores que contribuíram para este cenário. Em 2019, a taxa registrada foi de 38,9%.

    “A pandemia acabou agravando ainda mais as desigualdades no cenário econômico, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, como os trabalhadores informais. Como há um grande número de mulheres negras na informalidade, elas acabaram sendo mais afetadas”, explica o subsecretário.

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    De acordo com o estudo, todos os grupos socioeconômicos foram afetados pelo desemprego neste período. No entanto, a população negra sofreu um impacto maior, com perda de cerca de 20% do total de ocupados do primeiro trimestre de 2020 para o de 2021, enquanto os brancos tiveram redução de 8% das mulheres e 4% dos homens.

    O relatório também destaca que as mulheres negras correspondem a 68,2% dos trabalhadores em serviços domésticos no Rio. Apenas 15,2% delas estão nos setores de informação, comunicação e atividades financeiras e 10,8% nas áreas de administração pública, defesa e seguridade social. Quanto a escolaridade, apenas 21,3% delas possuem ensino superior, contra 44,6% das mulheres brancas.

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    Segundo a Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, o estudo ajuda no planejamento de novas políticas públicas com foco no aumento da empregabilidade e da capacitação de mulheres negras.

    O projeto Programadores Cariocas, por exemplo, que oferece cursos de programação e tecnologia para jovens, é uma das iniciativas do prefeitura que deve contar com incentivos a esse público.

    “Este setor é ainda muito masculino, por isso, pretendemos que mulheres também participem da ação, principalmente mulheres negras”, afirma o subsecretário Marcel Balassiano.

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