Pesquisa relaciona calor excessivo a aumento da mortalidade de idosos

Dia com mais mortes deste tipo (151) desde 2012 foi 18 de novembro de 2023, véspera do óbito da jovem que aguardava show de Taylor Swift no Engenhão

Por Da Redação
11 fev 2025, 12h46
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Calor extremo: várias medidas para amenizar o trauma dos cidadãos  (Freepik/Reprodução)
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Uma pesquisa da Secretaria municipal de Saúde (SMS) constatou a relação entre calor excessivo e aumento na mortalidade, especialmente de idosos com doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência renal, Alzheimer e infecções do trato urinário. Em casos extremos, o risco pode dobrar. O levantamento, inédito no Rio, analisou dados de mortes naturais ocorridas na cidade de 2012 a junho do ano passado. Essas informações foram cruzadas com temperaturas registradas diariamente por órgãos como o Alerta Rio, da prefeitura, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (Redemet). Do total, foram destacados 390 mil óbitos relacionados a 17 causas recorrentes selecionadas para a pesquisa. Em 12 delas, foi constatado aumento de incidência e, portanto, de risco, em casos de exposição a temperaturas elevadas.

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“O diferencial da nossa pesquisa é que levamos em conta o fator tempo de exposição ao calor, algo que é muito relevante para medir o impacto no corpo humano. Adotamos uma métrica especialmente para isso”, disse ao jornal O Globo João Henrique de Araujo Morais, pesquisador do Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE) da SMS.

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Tontura, dor de cabeça e até desmaios estão entre os sintomas relatados por pessoas que passaram mal por causa das altas temperaturas. No caso de doenças hipertensivas, diabetes e insuficiência renal, por exemplo, a exposição, por três horas a calor igual ou maior que 44°C — equivalente ao Nível de Calor 5 (NC5), o mais alto na escala do adotada pela prefeitura em junho do ano passado — pode dobrar o risco de morte. No caso do Alzheimer, bastam duas horas de exposição.

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O dia com maior número de mortes de idosos causadas por pelo menos uma 17 causas recorrentes — 151 ao todo — foi 18 de novembro de 2023. Na véspera, Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu enquanto aguardava a apresentação da cantora Taylor Swift no estádio Nilton Santos, o Engenhão. O laudo da perícia apontou que a causa do óbito foi “exaustão térmica”. O levantamento mostra que os níveis 4 e 5 foram atingidos em oito datas, todas nos últimos dois anos. Além da sequência de dias entre 16 e 18 de novembro de 2023, no ano passado foram registrados NC4 em 15, 16 e 18 de janeiro e NC5 em 17 de janeiro e 16 de março.

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“É importante reforçar ações de prevenção. Pessoas com doenças crônicas devem redobrar a atenção com a medicação, não se esquecer de tomar. A família precisa ter atenção com a hidratação de idosos e também de crianças. Nos dias mais quentes é importante também que as pessoas evitem períodos longos de exposição direta ao sol ou que trabalhem diretamente expostas ao sol”, reforçou ao jornal o Daniel Soranz, secretário municipal de saúde, Daniel Soranz.

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