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Petrobras demite cinco funcionários após comprovar dez casos de assédio

Foram 81 denúncias; funcionárias relataram dezenas de episódios, incluindo os de importunação, por meio de aplicativo de mensagens

Por Da Redação
13 jul 2023, 16h32
Edifício sede da Petrobras na Avenida Chile, centro da cidade.
Petrobras: empresa comprovou total ou parcialmente os fatos relatados em dez casos, o equivalente a 12,34% do total de registros de assédio e importunação sexual. (Arquivo/Agência Brasil)
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Após a divulgação de dezenas de relatos de assédio, a Petrobras demitiu cinco funcionários acusados pelas vítimas. A empresa decidiu, em abril de 2023, promover um raio-x nos 81 casos que foram levados à ouvidora a partir de 2019 – ano em que as apurações passaram a ser centralizadas neste departamento. Cerca de dois meses depois, a estatal disse ao portal G1 que comprovou total ou parcialmente os fatos relatados em dez casos, o equivalente a 12,34% do total de registros. Só uma das apurações ainda não foi encerrada.

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As informações foram obtidas pelo portal or meio da Lei de Acesso à Informação e complementadas posteriormente com a assessoria de imprensa da Petrobras. Alguns casos, a depender da gravidade dos fatos confirmados, acarretaram suspensões ou providências administrativas, como, por exemplo, afastar o assediador do convívio da vítima, com mudança de setor ou unidade.

Em abril, depois que a Globonews divulgou relatos de assédio e importunação feitos por funcionárias, a Petrobras prometeu diminuir de 180 para 60 dias o prazo para a conclusão da apuração das denúncias, além de centralizar a investigação na área de Integridade Corporativa e oferecer atendimento psicológico às vítimas. De abril até junho, a Petrobras contabilizou quatro novas denúncias de assédio (duas em 2023, uma em 2022 e outra sem ano identificado) e outras 11 denúncias de importunação sexual. Esses casos estão em apuração. Segundo o diretor de governança da Petrobras, Mário Spinelli, as funcionárias se sentiram mais seguras para denunciar e “parece evidente que exista uma procura maior pelo serviço“.

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Em um grupo de WhatsApp, funcionárias da Petrobras relataram dezenas de episódios de assédio sexual cometido por colegas de trabalho e superiores hierárquicos quando estavam embarcadas em plataformas e também em outras unidades da empresa, como o Centro de Pesquisas (Cenpes). A GloboNews teve acesso a um compilado de 53 mensagens com relatos espontâneos de pessoas que foram vítimas dos abusos ou também testemunhas de agressões contra as trabalhadoras. “A gente botava cadeira na porta à noite porque era proibido trancar… Uma amiga passou por uma situação bizarra. Chegou no camarote e tinha um cara mexendo nas calcinhas dela”, dizia uma das mensagens. “A recepcionista da gerência em que eu trabalhava teve o seio apalpado por um petroleiro, dentro da empresa. O caso virou o escândalo da gerência e todo mundo soube do caso, mas a chefia não fez nada. A moça foi transferida de área”, afirmava outro relato.

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