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A criação do samba Pelo Telefone e outras curiosidades sobre a Cidade Nova

Plataforma digital criada pelo Circo Crescer e Viver resgata as memórias do bairro, situado na região central do Rio

Por Luiza Maia
Atualizado em 29 jun 2022, 17h30 - Publicado em 29 jun 2022, 17h28
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  • Personagens, cartografias, eventos e datas que marcaram a história da Cidade Nova, bairro da zona central do Rio, são resgatados na plataforma digital Território Inventivo, lançada nesta terça (28) pelo Circo Crescer e Viver. Com sede na região há 17 anos, o circo resolver criar o projeto para revelar a importância e as memórias pouco conhecidas do local, onde nasceram e se desenvolveram diversas formas de expressão cultural brasileiras.

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    Segundo o projeto, a Cidade Nova sofreu apagamentos gerados principalmente após as inúmeras transformações urbanísticas realizadas na região, que liga o Centro à Zona Norte do município. “O que queremos com esta plataforma é reverenciar a memória deste território e evitar que novos ciclos de ‘desenvolvimento’ sejam apenas a expressão das lógicas de expansão e expulsão de gentes e dilapidação da história”, defende a plataforma.

    No site, cerca de 300 histórias e curiosidades são organizadas por temas diversos: samba, canção popular, circo, teatro, imprensa, literatura, religião, patrimônio e sociedade. Personalidades relevantes para a cultura carioca e nacional são descritas, como o escritor Moraes Filho, responsável por publicar uma coletânea de poesia popular cigana em 1885, o Cancioneiro dos Ciganos; o pianista e compositor Ernesto Nazareth, um dos grandes nomes do maxixe e pioneiro do choro; Hélio Oiticica, um dos mais importantes artistas visuais brasileiros com reconhecimento internacional; entre muitos outros nomes.

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    Um dos fatos curiosos contados é a composição da histórica canção Pelo Telefone, de 1916, que nasceu no quintal da frequentada casa da Tia Ciata, na Praça Onze. Considerado o primeiro samba gravado no Brasil, a composição tem autoria controversa, mas foi assinada por Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, e pelo jornalista Mauro de Almeida. Já a melodia, chamada inicialmente de ‘Roceiro’, foi criada coletivamente por João da Baiana, Pixinguinha, Caninha, Hilário Jovino e Sinhô.

    Lugares históricos também ganham destaque nas seções, como a antiga Rua Mata-Porcos, atual Estácio de Sá, que há dois séculos era coberta de matas silvestres e tinha caça abundante, incluindo de porcos selvagens; além disso os espaços culturais são relembrados, como o Teatro Lyrico Fluminense, antigo Theatro Provisório, que abrigou diversos espetáculos em 1854 e ao longo de 23 anos.

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    O site ainda permite que os usuários enviem sugestões de personagens e acontecimentos que ainda não estão presentes no acervo, organizado pela equipe de pesquisadores do circo e liderada pelo professor Miguel Jost. Para isso, basta preencher um formulário e inserir as informações históricas.

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