Servidores da Polícia Civil iniciaram, na manhã desta quinta-feira (23), uma paralisação dos serviços por 24 horas. A decisão foi tomada segunda-feira (20), em assembleia na qual os policiais civis resolveram intensificar as ações da greve iniciada no dia 17 de janeiro. Todas as entidades de classe apoiaram a paralisação total no atendimento às ocorrências e serviços prestados, exceto quanto à expedição de guias de remoção de cadáver, ocorrências em flagrante e cumprimento de mandados de prisão. Os servidores estão sem receber o décimo terceiro e o salário de fevereiro.
Segundo nota do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, também ficou decidido que a escala compulsória do Carnaval não será cumprida, tendo em vista o não recebimento do adicional de serviço desde junho do ano passado. O presidente do sindicato, Fernando Bandeira, ressaltou, no entanto, que a segurança de quem vai curtir os blocos e desfiles não será afetada, porque o policiamento nas ruas é feito por policiais militares, que estarão presentes de forma ostensiva.
“Teremos as delegacias civis abertas, mas fazendo apenas o básico para as investigações, como tem sido nestes dias de greve. Estas 24 horas são apenas para chamar a atenção do governo e forçar o diálogo conosco, já que estamos sem receber o décimo terceiro e o salário de fevereiro. São famílias que estão sendo prejudicadas. Espero que haja esta sensibilidade da parte dos governantes,” disse Bandeira.
A Secretária de Estado de Fazenda informou que não há previsão de quando serão colocados em dia os pagamentos reivindicados pelos servidores da Polícia Civil. “Isso demonstra que a greve terá que continuar. Nós nos reuniremos na parte da tarde para discutir o futuro. É preciso haver uma definição, já que a situação é triste. As delegacias estão sujas, sem material de trabalho, entre muitos outros problemas. Não temos condição financeira, nem estrutural de trabalhar atualmente”, afirmou Bandeira.
Ele disse que, na manhã de hoje, a maioria das delegacias tinha aderido à paralisação.
A Polícia Civil não comentou os motivos da paralisação e preferiu apenas reiterar o que funciona e o que não funciona. Segundo o órgão, as unidades estão atendendo as emergências e os casos complexos normalmente. Sobre as demais ocorrências, cada unidade, conforme sua adesão à paralisação, (integral ou não) está operando normalmente, com restrição de serviços. Os registros de ocorrência alcançados pela paralisação podem ser feitos normalmente pela população por meio da delegacia online, que continua em funcionamento.