Policiais, autoridades e entidades protetoras dos animais farejam algo de estranho nas ruas da Zona Sul, desde que começaram a viralizar nas redes sociais denúncias de que um casal não identificado estaria jogando uma espécie de pó branco pelas calçadas de bairros como Botafogo e Urca. As postagens, que incluem vídeos de câmeras de segurança mostrando um homem e uma mulher com roupas esportivas interrompendo uma caminhada para depositar algo não identificado nas bordas de canteiros, dão conta de que se trataria de um veneno que teria matado pelo menos um cão. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) está investigando o caso, que também está sendo acompanhado pela Secretaria municipal de Proteção e Defesa dos Animais (SMPDA).
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O Secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Flávio Ganem, enviou na última quarta (9), sua equipe de fiscalização até Botafogo – já que há relatos de que as imagens postadas teriam sido gravadas na Rua Álvaro Ramos – e não constatou a presença do pó branco. “Na quinta (10), moradores da Urca entraram em contato com a SMPDA através do nosso canal de atendimento, solicitando vistoria de nossa equipe, pois haviam encontrado o pó na Rua Otaviano Correa e Avenida Portugal. O Secretário Flávio Ganem, solicitou a presença da equipe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que foi até o local e recolheu amostras para testagem. Os agentes da SMPDA orientaram os moradores como denunciar e garantir a segurança dos animais domésticos”, informou a secretaria.
O material está em análise com a equipe de perícia da DPMA, que também emitiu nota acrescentando que funcionários da Comlurb serão ouvidos e as imagens serão analisadas a fim de apurar a identidade do casal. “Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos”, diz o comunicado.
A Comlurb, também em nota, esclarece que a Coordenadoria de Controle de Vetores da companhia não esteve nestes locais e não foi responsável pela distribuição da substância que aparece nas fotos. A companhia usa um outro tipo de pó como raticida: o produto é azul e não fica aparente. “É aplicado dentro das ninheiras e em lugares seguros, como ralos e bueiros. Outra coisa importante a ressaltar: é padrão da Comlurb que, após a aplicação do raticida, o local seja coberto”, explica a Comlurb.
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De acordo com o que é comentado nas páginas que vem replicando a denúncia, o cão morto na semana passada pertenceria a uma adestradora que enviou o corpo do animal para necrópsia a fim de tentar descobrir o que poderia ter acontecido. Ela não teria a intenção de tornar o caso público antes disso. Mas o medo tomou conta de tutores que passeiam com seus pets pelas ruas do Rio. Segundo a veterinária Rita Ericson, envenenamentos de animais domésticos são comuns na cidade, pelos mais variados motivos. “Nas clínicas, cães envenenados chegam toda hora. Mas é preciso apurar se o que está sendo denunciado agora está realmente acontecendo. Colocar veneno na rua é crime ambiental”, observa ela, que não tem cães, apenas gatos, e vem recebendo postagens relacionadas ao casal supostamente criminoso desde a semana passada.