“Se a vida começasse agora / E o mundo fosse nosso outra vez / E a gente não parasse mais de cantar…” A música-tema do primeiro Rock in Rio, em 1985, voltou a ecoar na Cidade do Rock nesta sexta (2), quando o reencontro, enfim, aconteceu. Após um hiato de três anos, em decorrência da pandemia de Covid-19, o festival voltou à cena com gostinho de festa de réveillon, vide os shows e os tradicionais fogos que marcam o encerramento das apresentações no Palco Mundo ao fim da noite – e a multidão, claro, celebrando. Uma energia, de fato, contagiante.
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Nem tudo foi festa, no entanto. Idealizado para receber 100 000 pessoas por dia, o evento teve seus altos e baixos. Nesse último quesito, o som baixo e problemas técnicos foram pontos martelados pelo público nos três primeiros dias, sobretudo nas redes sociais. Por outro lado, entre os pontos positivos, figuram as atrações variadas e o vasto cardápio de comida. A seguir, um resumo deste primeiro fim de semana.
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SOBE
– No quesito comes e bebes, o público esteve bem servido. De opções mais em conta, até R$ 20,00, como milk-shake e espetinhos de carne ou frango, passando por opções veganas e outras sugestões do espaço Gourmet Square, assinado por chefs, o cardápio era muito variado. E agradou em cheio.
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– O segundo dia, que contou com Post Malone como o grande astro no palco Mundo, recebeu 9,4 como nota geral do público para a experiência na Cidade do Rock, em pesquisa conduzida pelo instituto GFK. Em boa parte, o resultado se deu pela entrega do rapper em uma apresentação recheada de hits e animação. Ele pegou uma camisa do Flamengo, uma bandeira do Brasil, chamou um fã ao palco, quebrou o violão e, por fim, partiu para a galera da grade. O público pirou, no melhor sentido.
– O estande da cervejaria Heineken, com muito verde e vale-chope, além de água 0800, conquistou o público.
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– Por falar em brindes, as marcas não economizaram nos mimos. De assistente virtual (vulgo Alexa) a bolsa, batom, copo e creme, não faltam opções aos interessados. Dá para encher a sacolinha.
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– Dois novos brinquedos, Carrossel e Discovery, foram acrescidos ao festival. Mais diversão para os frequentadores.
– Para além da comida, o cardápio de shows também foi um ponto alto, com atrações variadas, novos e talentosos nomes da cena musical, homenagens e parcerias no palco.
– Os cenários altamente instagramáveis também valem a menção. Do letreiro e do globo ao estilo mediterrâneo da Rock Street Mediterrâneo, com o multicolorido do Espaço Favela, não faltam cenários lindos para servir de pano de fundo às fotos.
– Com batalhas e diversas atrações, o Palco Favela provou que o funk foi longe no festival. Bombou. Entre as concorridas apresentações, teve L7nnon e Buchecha, que se emocionou neste domingo (4) ao lembrar de Claudinho, sua dupla que morreu em 2022.
– A parceria entre Sepultura e a Orquestra Sinfônica Brasileira foi um dos destaques do primeiro dia do festival.
– Bonito também fez a família de Gilberto Gil em show no palco Sunset neste domingo (4), cheio de hits e emoção. Com uma banda 100% feminina, Demi Lovato fez um show no estilo rock´n´roll no terceiro dia, assim como o rap engajado de Emicida.
DESCE
– O volume e a qualidade do som nos palcos Mundo e Sunset deram o que falar. No show do Iron Maiden, na sexta (2), parte do público clamava para aumentar o som. Sim, estava baixo. No sábado (3), o problema se repetiu. A apresentação de Papatinho atrasou em função de problemas técnicos. Não parou por aí. Neste domingo (4), o funk de Luíza Sonsa teve até caixa estourada. O som no show de Emicida também frustrou a galera. Os reclames para elevar o som voltaram no show da americana Demi Lovato, motivo de mais reclamação.
– Foi um festival de filas também. Tinha fila para banheiro, para a entrada e até no exclusivo camarote VIP o panorama se repetiu: tinha fila para entrar, para o toalete, para comer… em suma, nem os vipões escaparam do “perrengue chique”.
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– A internet foi outro ponto sensível do festival. O sinal das operadoras deixou a desejar, sobretudo da Vivo e da Claro. Teve lentidão e muita instabilidade para quem queria registrar e postar tudo em tempo real, fora aqueles que relataram dificuldades para baixar o ingresso, o que gerou ainda mais fila.
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– Nas redes sociais, pipocaram relatos sobre roubos e furtos, sobretudo de celulares. Uma postagem, no entanto, viralizou. Era a de um jovem que afirmava ter sido assaltado à mão armada, no gramado em frente ao Palco Mundo, na sexta (2). A VEJA, a vice-presidente do evento, Roberta Medina, disse que não constava nenhum boletim de ocorrência nas polícias civil e federal sobre o assunto.
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– Outro ponto negativo foi a quantidade de pulseiras vendidas irregularmente para acessar à área VIP do festival.
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– No segundo dia de festival, o sistema de ônibus articulado, chamado de Rock Express, virou um verdadeiro caos na saída. Uma multidão esperava sob a chuva para embarcar. Teve gente que levou mais de 2 horas. Foi um périplo para chegar inclusive à plataforma de embarque. Um percurso que normalmente leva 15 minutos a pé se estendeu para uma hora, tamanha a aglomeração de gente.
– Em noite de chuva, no sábado (3), a Cidade do Rock falhou em outro ponto: a limpeza. Era muito lixo acumulado sobre o gramado para pouca lixeira. O público, obviamente, se incomodou.
– Inédito no evento, o espetáculo “O Uirapuru”, com projeções tecnológicas, música e teatro, parece não ter agradado muito. Com capacidade para 3 000 espectadores, o espaço acabava vazio logo minutos após o início da apresentação. Flopou, infelizmente, neste início.
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