Por que festa de Réveillon na Ilha da Gigoia virou alvo de processos

Cerca de 30 participantes do evento prestaram queixa relatando superlotação, falta de estrutura e de segurança; imagens feitas por presentes mostram problemas

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 jan 2025, 19h27
réveillon
Réveillon na Ilha da Gigoia: noite aguardada pelo público se tornou um pesadelo (Designecologist/Pexels)
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Uma festa de Réveillon na Ilha da Gigoia, na Zona Oeste, pode acabar na Justiça. Cerca de trinta pessoas registraram boletim de ocorrência na 16ª DP (Barra da Tijuca) por se sentirem lesadas pela organização do evento. Os consumidores relatam superlotação, falta de estrutura e de segurança.

Imagens feitas pelo público no Ano Novo no restaurante La Ilha mostram que, a despeito de os ingressos terem custado entre 300 e 600 reais, o que foi prometido não foi cumprido. Entre as cenas, comida caída sobre mesas e pelo chão, botijões de gás armazenados irregularmente atrás da cozinha, brigas e fogos lançados em uma área coberta.

botijões e banheiros sujos
Botijões armazenados sem segurança e banheiros sujos: imagens mostram condições precárias da festa (Arquivo Pessoal/Divulgação)

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Os clientes relatam dificuldade para conseguir pratos, para comer e até para beber água. Nos banheiros, fotos mostram vasos sanitários transbordando, com fezes pelo chão, além de pilhas imensas de papel higiênico sujo. Os participantes afirmam que se sentiram vítimas de um golpe.

“Eram mais de 1 500 pessoas, e ficamos naquele espaço apertado tentando água. Fomos no bar, e não tinha nada. Fomos no banheiro, e não tinha água ou papel. Precisamos catar papel no chão, eu e outras meninas, para nos limparmos”, reclamou a advogada Amayris Azevedo, em entrevista ao RJTV.

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O segurança Hilton Fabiano dos Santos foi outro a descrever um péssimo cenário. “Eu descreveria como uma situação horrível. Não tinha água, refrigerante. As pessoas estavam desesperadas. Salgadinhos estragados, comida japonesa sem conservação. Não tinha bombeiro. Fizeram a queima de fogos sem nenhuma segurança. Tinha piscina e não tinha guarda-vidas. Cozinha deplorável”, contou.

Ao Estado de S. Paulo, os participantes relataram que o deck de madeira na entrada chegou a estalar por causa do peso excessivo, preocupando os presentes, que temiam que a estrutura desabasse.

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Nas redes sociais, o produtor do evento, Bruno Augusto Pacheco de Oliveira, proprietário da Mundi Prod, que organizou a festa, havia anunciado uma festa com finger food, comida japonesa e pratos quentes à vontade, além de  várias bebidas liberadas e café da manhã.

Para chegar na festa, os participantes pagaram ainda o transporte de barco usado pelos moradores e frequentadores da Ilha da Gigoia. Muitos relatam que os organizadores exigiram um pagamento extra para que as pessoas pudessem sair do local.

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Amayris Azevedo, que é advogada, tomou a iniciativa de registrar o caso na polícia e organizar uma ação coletiva contra o promotor do evento. A advogada Carolina Fernandes, uma das profissionais que representam o grupo, afirma que tanto o restaurante quanto o produtor da festa serão acionados para responder na esfera cível e também na criminal.

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Ela também diz que, de acordo com o relato dos clientes, pessoas passaram mal e não receberam atendimento médico devido. Segundo os relatos, não havia macas nem bombeiros no local, e pessoas tiveram que aguardar por atendimento no chão. Havia a promessa de área kids para receber as crianças no evento, o que não foi oferecido.

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Em nota publicada nas redes sociais, o restaurante La Ilha informou que alugou o local para um produtor realizar a festa. O restaurante declarou que está tomando medidas legais contra o responsável.

“Informamos que o espaço do restaurante foi alugado por um produtor de eventos externo, responsável pela organização e execução da festa ocorrida no dia 31 de dezembro. Esclarecemos que o restaurante também foi vítima de um golpe, uma vez que confiamos nas garantias oferecidas pelo responsável pelo evento”, diz o texto.

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De acordo com o RJTV, a Polícia Civil e o Procon afirmam que estão apurando o caso. O promotor do evento, Bruno Augusto Pacheco de Oliveira, não foi localizado pelo Estado de S. Paulo para comentar as denúncias. O perfil que divulgava a festa foi apagado das redes sociais.

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