O Porto Maravilha, que já custou R$ 280,5 milhões à prefeitura desde junho de 2016, pode ter suas despesas aumentadas para R$ 140 milhões por ano. As cifras saltaram porque o município teve que assumir os serviços de limpeza, operação de trânsito, iluminação pública e manutenção de vias, o que até semana passada era feito pela concessionária que cuidava da área de um milhão de metros quadrados.
Idealizado como uma Parceria Público-Privada (PPP) que viabilizaria uma revolução urbana sem o uso de recursos públicos, o Porto Maravilha acabou tendo que receber injeção de dinheiro da Prefeitura porque o Fundo Imobiliário administrado pela Caixa Econômica Federal, que deveria financiar as obras de infraestrutura e a manutenção, encontra-se insolvente há dois anos.
No início de 2017, o município pagou R$ 62,5 milhões, a fundo perdido, para ressarcir despesas com conservação. Depois, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), ligada à prefeitura, comprou R$ 218 milhões em cotas do fundo, tornando-se “sócia” do negócio. Agora, o sistema de financiamento voltou a ruir e a concessionária deixou o projeto.
O secretário da Casa Civil, Paulo Messina, disse considerar absurdo o fato de a prefeitura ter que arcar com despesas por causa insolvência do fundo. Ele acrescentou que o município vai estudar se cabem medidas judicais contra a Caixa pela suspensão dos repasses.