Essa é uma história que vai na contramão do senso comum, que quase sempre associa drogas a favelas. Na madrugada desta quarta (02), o procurador federal Ricardo Marques de Almeida e um amigo foram detidos em um quiosque da avenida Vieira Souto, um dos endereços mais chics da cidade. Motivo: ao ser abordado pela polícia, o homem de 35 anos tentou se livrar de uma cápsula com pó branco na pia do local.
A abordagem foi feita pelo cabo Claudio Ribeiro e pelo sargento Luciano Nunes. Segundo depoimento dos agentes do 23º BPM (Leblon), Almeida “estava cheirando cocaína perto do número 4560, próximo ao Sofitel”. Sancionada em 2011, a lei antidrogas prevê em seu artigo 28 penas para o porte de entorpecentes – entre eles, a cocaína. Por isso, o procurador foi levado para delegacia pelos policiais.
A caminho do local onde seria feito o registro da ocorrência, Almeida alegou que passava mal e pediu que a viatura parasse em um posto de gasolina. Os PMs atenderam seu pedido e, após ir até o local, o homem ofereceu R$ 300 a eles em troca de sua liberação. A oferta foi negada e o procurador foi preso por corrupção ativa na 14ª DP (Leblon), onde não quis prestar depoimento.
Em 2014, quando se candidatou à vaga de procurador federal na Advocacia-Geral da União (AGU), Almeida afirmou: “Entendo que somos advogados, que é essa a natureza de nossa atividade e que devemos ter, na plenitude, os direitos de advogado”. Certamente, a conduta que levou à sua prisão não está de acordo com essa sua afirmação.
O outro lado
Na manhã desta quinta (03), Veja Rio pediu à AGU um posicionamento sobre o caso, que será incorporado a esse texto assim que for encaminhado pelas autoridades.
Confira o vídeo de sua candidatura: