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Prisões dos ex-governadores põem em julgamento a política fluminense

Os acontecimentos lançam suspeitas sobre a gestão do Estado do Rio desde 1999

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 5 dez 2016, 10h55 - Publicado em 19 nov 2016, 00h00
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  • O campista Anthony Garotinho, 56 anos, e o carioca da gema Sérgio Cabral Filho, 53, já estiveram próximos antes. Governador do Rio de 1999 a abril de 2002, quando renunciou para se candidatar à Presidência, Garotinho teve o apoio de Cabral, então deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. Poucos anos mais tarde, em 2006, foi a vez de Garotinho apoiar a eleição de Cabral para o primeiro de seus dois mandatos no comando do estado. Convertidos pelas circunstâncias em parceiros no trato da coisa pública, eles logo voltaram a se afastar. Nos últimos dias, porém, a Justiça os uniu no infortúnio. Garotinho foi preso na quarta (16) e, menos de 24 horas depois, chegou a vez de Cabral ser recolhido aos costumes, no amanhecer da quinta (17), em operação que levou junto, entre outros, seus ex-secretários Hudson Braga, de Obras, e Wilson Carlos, de Governo.

    Um recorde da depressão, a prisão dos dois ex-governadores lança suspeitas sobre a gestão do Estado do Rio desde 1999. A conta é simples: a partir daquele ano, o povo fluminense passou pelas mãos de Garotinho, de sua mulher, Rosinha, de Cabral e do atual governador Luiz Fernando Pezão, dono de carreira política intimamente ligada a seus três antecessores. Garotinho é acusado de comandar, em Campos, “um esquema de corrupção eleitoral”, nas palavras do juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, amparado na compra de votos por meio do programa Cheque Cidadão. Sobre Cabral pesa um mundo. Segundo procuradores da Lava-Jato no Rio e no Paraná, o político, que foi do paraíso dos melhores dias da UPP ao purgatório das manifestações de 2013, recebeu voz de prisão por suspeita de chefiar uma quadrilha. Seu grupo, diz o Ministério Público Federal, teria cobrado propina sistemática, entre 2007 e 2014, pelo menos, de empreiteiras, que, assim, ganhavam licitações fraudadas, aditivos no contrato e outros benefícios ilegais. O valor desviado das obras grandiosas do Arco Metropolitano, do PAC das Favelas e da reforma do Maracanã pode chegar a 224 milhões de reais, o que ajuda muito a entender o atual quadro de falência

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