Fechado há onze anos, o Canecão recebe um novo incentivo para reabrir as portas. A Prefeitura do Rio encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto de lei para regularizar o zoneamento urbano da área e permitir o funcionamento da tradicional casa de espetáculos.
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Uma restrição na lei de zoneamento municipal datada de 1976 proíbe erguer estabelecimentos de diversão no endereço, em Botafogo. Portanto, o Canecão funcionou por mais de quarenta anos de forma irregular.
A Secretaria Municipal de Planejamento Urbano explica que a legislação atual estabelece que o campus da UFRJ só pode abrigar uma construção com altura de 20 metros a partir do nível do mar. A proposta da prefeitura, então, não consideraria o nível do mar, numa tentativa de regularizar a situação, autorizando o funcionamento da casa de espetáculos.
“Como o terreno já fica num terreno mais alto, qualquer construção ali ficaria limitada, inviabilizando o espaço cultural no local”, explica a pasta em nota.
De acordo com o projeto de lei, o prédio administrado pela UFRJ poderá ter uma altura máxima de 20 metros e será proibido de oferecer vagas de estacionamento ao público. O embarque e desembarque no local também não poderá causar prejuízo à circulação nas vias do entorno.
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O texto seguirá para análise de diferentes comissões antes de seguir para a votação em plenário.
Em abril deste ano, uma proposta para revitalização da casa por meio de uma parceria entre a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e a UFRJ não avançou. Com onze emendas recebidas pelos deputados, o texto previa a edição de uma norma específica para autorizar a transferência dos recursos do Fundo Especial da Alerj para o Canecão.
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Inaugurado em 1967 como uma cervejaria, o espaço começou a receber shows, dois anos depois. Testemunha da história da música brasileira, a casa de espetáculos recebeu grande nomes da cultura, como Chico Buarque, Tom Jobim, Marisa Monte e Cazuza. Em 2010, o edifício foi fechado após os antigos dirigentes perderem uma ação judicial que durou 40 anos.
Antes da pandemia, uma análise realizada pelo BNDES previa a reabertura do espaço como um equipamento cultural multiuso para cerca de 1 500 pessoas. O estudo considerou também a possibilidade de parcerias entre ONGs e empresas para o uso do terreno e outras construções da universidade.