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Rafaello Ramundo leva deficientes visuais em passeios de bicicleta

Publicitário é o idealizador do projeto Pedaleiros, que já atendeu cerca de 500 pessoas

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 11h28 - Publicado em 27 fev 2016, 01h00
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  • Até o ano passado, o tijucano Rafaello Ramundo nunca havia convivido com deficientes visuais. Em pouco menos de doze meses, entretanto, passou a oferecer a eles a oportunidade de experimentar uma sensação que muitos nem sequer imaginariam viver. Formado em publicidade, trabalhou alguns anos em grandes corporações e, em 2004, decidiu abrir a própria empresa. Ainda assim, sentia certa insatisfação. “Na verdade, eu queria criar algo que tocasse a vida das pessoas e fosse direcionado a um público específico. Percebi, então, que havia poucas iniciativas dedicadas a deficientes visuais, e resolvi dar a eles a chance de provar algo inusitado”, conta. A ideia de utilizar passeios ciclísticos para promover a inclusão surgiu em junho de 2015 e, desde então, Ramundo começou uma pequena epopeia para tirá-la do papel: visitou instituições voltadas para cegos, recrutou voluntários e comprou a primeira bicicleta adaptada para os passeios. Quando os testes mostraram que a iniciativa era viável, ele adquiriu, com recursos próprios, outras dez bikes e realizou, em dezembro, seu primeiro evento, que reuniu 104 pessoas. Foi o princípio do projeto Pedaleiros.

    “A ideia é oferecer uma experiência que muitos deficientes nunca viveram antes”

    As atividades são todas gratuitas e acontecem sempre em uma área de lazer diferente do Rio — a temporada de verão, que teve início em dezembro, contará ainda com mais dois encontros: neste sábado (27), em Nova Iguaçu, e em 12 de março, no Parque Madureira. Para capacitar os voluntários que conduzem os deficientes visuais nos passeios ciclísticos, o projeto oferece um curso que inclui palestras, teste psicotécnico, aula de primeiros socorros e treinamento em audiodescrição. “Enquanto pedalam, os ciclistas descrevem todo o percurso para que os cegos possam criar as imagens na cabeça”, explica Ramundo. Hoje, são 33 guias habilitados, que já proporcionaram a experiência a cerca de 500 pessoas de todas as idades. A cada edição, além dos passeios de bicicleta, os participantes aproveitam shows, massagem e outras atrações. O público em geral também pode se colocar no lugar dos deficientes utilizando venda nos olhos. “O Pedaleiros tem o objetivo de oferecer entretenimento, mas, no fim do dia, conseguimos muito mais. Os deficientes chegam desconfiados, mas saem do passeio felizes e mais confiantes”, explica, orgulhoso, o idealizador. 

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