O recorde de 35 ônibus incendiados em um dia no Rio, por uma ação da milícia que aterrorizou moradores da Zona Oeste nesta segunda (23), deixa prejuízos que, só com os veículos, ultrapassam os 35 milhões de reais. Fora o que não pode ser medido em números, como o transtorno para quem precisa dos coletivos para os deslocamentos pela cidade. Segundo especialistas, a reposição deles deles pode demorar no mínimo seis meses. Enquanto isso, a população terá que amargar mais tempo no ponto de ônibus, porque são menos veículos circulando, e muita dor de cabeça para chegar ao trabalho e voltar para casa.
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Em 2023, até esta segunda (23), quatro ônibus tinham sido queimados no Rio. No recente ataque, foram incendiados 30 ônibus comuns (sendo 20 do municipio e outros coletivos fretados) e 5 veículos do BRT. Cada modelo convencional dos ônibus que circulam no município custa cerca de 850 mil reais. Já os modelos novos do BRT, ultrapassam os 2,4 milhões de reais por unidade. Um trem, outros veículos e pneus também foram incendiados, fechando diversas vias em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho. Atualmente a Zona Oeste tem 2,6 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41% da população carioca. A região possui 40 bairros e 70% do território total do município.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para 36 incêndios em veículos – uma chamada foi alarme falso. Cerca de 200 militares de 15 quartéis foram acionados para o trabalho de combate às chamas. Às 18h40, o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco. Isso significa que uma ou mais ocorrências já impactavam a cidade, afetando a rotina de parte da população. Por volta desse horário, havia 58 km de congestionamentos na cidade, o dobro da média (29 km) das últimas três segundas-feiras.
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A morte de um miliciano é apontada como a motivação para o dia de terror na Zona Oeste do Rio na tarde desta segunda (23). Pelo menos 12 suspeitos de ataques a ônibus foram detidos. O governador Cláudio Castro disse que seis permaneceram presos, e seis acabaram soltos por falta de provas. Os presos serão enviados para presídios federais.