A área equivale a 186 estádios do Maracanã. Mas o que o Programa de Reflorestamento da Cidade do Rio (Refloresta Rio) fez neste espaço ao longo de 35 anos vai muito além de gramado. Desde novembro de 1986, já foram plantadas mais de 10 milhões de mudas de 273 espécies em 3.460 hectares, o que frutificou na capacitação de mais de 15 mil trabalhadores. Para comemorar o aniversário do programa que passou por três secretarias e se consolidou como uma política de estado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realiza uma exposição no Forte de Copacabana, desta quarta-feira (17) até o dia 5 de dezembro (sempre de terça a domingo, das 10h às 18h).
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Um levantamento da Secretaria mostra que 63 das espécies plantadas ao longo dessa extensa área têm algum grau de ameaça de extinção, como a araticum (Annona dolabripetala), que só ocorre no Brasil. Alguns casos de recuperação de terrenos antes degradados chamam a atenção, como o do Morro da Babilônia, no Leme, e o do Morro Santo, na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. Há também recuperação de mangue, como no Jequiá (Ilha do Governador) e restinga, caso da Praia da Reserva, no Recreio. Atualmente, 301 “mutirantes” ganham bolsas da Secretaria para atuarem nas localidades.
“A comunidade fornece a mão de obra, e a secretaria faz o acompanhamento técnico, com o fornecimento de mudas, ferramentas e equipamentos de proteção individual (EPIs), além de pagar a bolsa aos participantes. É um projeto que nunca foi interrompido, algo muito relevante”, diz Luiz Lourenço, o Chacal, gerente de Reflorestamento da Secretaria de Meio Ambiente.
A história começou no final de 1986, com o programa Mutirão Reflorestamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS).
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“Um dos principais pontos de sucesso do processo foi envolvimento da mão-de-obra das comunidades carentes em parceria com o poder público”, observa o engenheiro florestal Rômulo Madeira, que acompanhou o primeiro plantio, no Morro São José Operário, na Praça Seca, que sofria com grandes problemas de deslizamento de terra: “As mudas vinham da antiga escola de horticultura Wencesláu Bello, que fica no bairro da Penha, na Avenida Brasil”.
Os plantios hoje são abastecidos por mudas que vêm de cinco viveiros mantidos pela prefeitura: Fazenda Modelo, que fica em Guaratiba; Campo Grande; Vila Isabel; Grumari e Horto Rizzini, localizados na Barra da Tijuca. Neste ano de 2021, mais de 100 mil mudas já foram plantadas.
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“É um programa referência para toda a América Latina. Da coleta das sementes a uma floresta densa, as conquistas só são possíveis pela seriedade e comprometimento de nossos servidores”, destaca o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere.