Estrela ascendente do funk, MC Anitta, 20 anos, já legou para a posteridade (nem que seja por um breve período, é verdade) a coreografia do quadradinho e hits como Show das Poderosas e Meiga e Abusada. Ao gravar para o Fantástico uma reportagem que foi ao ar no primeiro domingo deste mês, a jovem fez questão de que a atriz Renata Ghelli acompanhasse o passo a passo do trabalho. Renata tem sido um anjo da guarda, por assim dizer, de astros do funk carioca. Professora de interpretação e artista com mais de vinte anos de estúdio, ela teve papel fundamental na hora de moldar a carreira da jovem pop star, a quem se refere como “minha bonequinha”. No mesmo gênero musical, o MC Sapão, autor da grudenta Tô Tranquilão, foi outro que recorreu aos serviços da consultora, responsável por uma verdadeira metamorfose no jeito como ele se apresentava ao vivo. “Antes, os shows de funk tinham apenas o cantor e um DJ no palco. Hoje, a estrutura envolve banda, diretor, cenário e figurino, entre outras coisas”, diz ela, antes de emendar, imodesta: “Ajudei a fazer a transição para esse modelo mais grandioso”.
Renata foi parar no ramo do batidão por acaso. A oportunidade surgiu quando estava terminando de gravar a novela Aquele Beijo, em março do ano passado. Kamilla Fialho, empresária de Anitta e Sapão, queria alguém que ajudasse a dar à dupla desenvoltura no palco e traquejo na hora das entrevistas. Durante um ano foram realizados dois encontros por semana com cada um deles, com enfoque em treinamento de mídia, aula de interpretação e jogos teatrais, a fim de estimular a criatividade dos artistas. Aos poucos, Renata pôde identificar os defeitos e intervir para corrigi-los. Aconselhou o MC a ficar mais à vontade e a conversar com o público durante os espetáculos ? a mesma recomendação que fez a Anitta. Como uma espécie de tutora artística, ajudou a novata a ter mais segurança e a lidar com a pressão nesse início de carreira. “Hoje estou bem mais solta”, diz Anitta, que atribui a espontaneidade aos exercícios teatrais. Em um ano, ela dobrou o número de shows ? agora na casa de vinte por mês ? e se prepara para lançar o primeiro CD, em agosto. Aos 39 anos de idade e 22 de interpretação, Renata, por sua vez, descobriu um novo filão profissional. Em junho, ela embarca para Nova York, onde planeja estudar inglês e fazer contato com produtores locais. “Eu nem sequer ouvia funk, mas passei a admirar o trabalho desse pessoal”, confessa. “Muita gente torceu o nariz quando disse que ia trabalhar com Anitta. Hoje, essas mesmas pessoas vêm me dizer que ela é talentosa.”