Um dos maiores efeitos colaterais da pandemia se abateu sobre a cultura. O fechamento de equipamentos culturais por conta do isolamento social agravou um problema que já é crônico no estado: a falta de investimentos no setor. Promover obras numa rede que inclui o Teatro Municipal, as bibliotecas parque e uma rede de teatros, além de oferecer incentivos para levar a cultura a todos os cantos do Rio é um dos grandes desafios dos candidatos ao governo do estado.
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“Vamos ampliar o investimento em cultura para dar esperança ao povo fluminense e para retomar a dianteira do Rio de Janeiro num setor em que sempre fomos vanguarda e que é central para nosso desenvolvimento“, resume sem dar detalhes Marcelo Freixo (PSB), acusando o governador Cláudio Castro (PL), que tenta se reeleger, de ter gasto apenas 0,2% do orçamento estadual no setor. “Nós vamos ampliar os investimentos gradualmente, até atingir a bandeira histórica do setor de 1.5% do orçamento para cultura”, promete ele. Também Rodrigo Neves (PDT) diz que vai triplicar o atual comprometimento do orçamento com a cultura já no primeiro ano de governo: “Vamos construir um Plano de Cultura Participativo, que envolva todos os segmentos, toda a pluralidade da Cultura do Rio de Janeiro”, propõe, acrescentado que vai levar equipamentos e incentivos para além da Zona Sul do Rio, chegando à Baixada Fluminense e ao interior.
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Já Paulo Ganime (Novo) tem planos de tornar a cultura um “negócio autossustentável”, ao estimular campanhas de empreendedorismo cultural, “ampliando recursos, qualificando os existentes e inovando com novos editais de fomento aos processos de criação, fruição, produção, circulação, difusão e intercâmbio artístico e cultural”. Segundo ele, os patrocínios e os apoios do mercado para a área da cultura serão viabilizados com os descontos de ICMS e divulgação de marcas, por exemplo. E o ex-governador Wilson Witzel (PMB), que tenta voltar ao cargo após impeachment, também afirma que vai buscar a autossustentabilidade de aparelhos culturais estaduais, como teatros, bibliotecas e museus, reabrindo os espaços que foram fechados, ou se encontram funcionando parcialmente, com a formação de parcerias público-privadas para investimento, manutenção, patrocínios e concessões. “Outra medida será a profissionalização das pessoas que trabalham na área cultural, a partir de parcerias com universidades, Faetec e iniciativa privada”, diz.
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O candidato do PSTU Cyro Garcia tem planos tornar a cultura acessível a todos os fluminenses com iniciativas como um passe livre que permita o acesso da população mais pobre, estudantes e a classe trabalhadora à rede de equipamentos culturais do estado. “Vamos fomentar a utilização destes espaços e, através da expropriação de imóveis utilizados apenas para a especulação imobiliária, criar equipamentos, como centros culturais, em especial nas comunidades e periferias”, afirma. E Eduardo Serra (PCB) tem a proposta de criar os Distritos Culturais, “uma oferta mínima de espaços e equipamentos culturais públicos em todos os bairros das grandes cidades e em todas as regiões do estado, com salas de cinema, teatro, dança, música, bibliotecas e espaços multiuso”, enquanto Juliete Pantoja (Unidade Popular), além de prometer construir e renovar a rede estadual, diz que vai autorizar o trabalho de artistas nos trens e metrôs, bem como financiar essas atividades que já ocorrem nas praças pelo Rio.
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Atual governador e candidato à reeleição, Cláudio Castro rebate as críticas com números de investimentos durante seu governo. Segundo ele, foram mais de 250 milhões de reais aplicados em cultura em 2021, para tentar reverter os efeitos da pandemia no setor. “Pela Lei de Incentivo à Cultura, investimos em projetos inéditos como o “Arraiá Cultural RJ”. Foram 7,25 milhões de reais investidos, em especial para projetos de festas e quadrilhas juninas, por exemplo. Estamos investindo ainda na descentralização dos polos de cultura, explorando o potencial da produção audiovisual fluminense com a construção de seis complexos do projeto Cinema na Cidade, que contará com um investimento de 26 milhões de reais, com foco no interior, em cidades como Miracema, São Pedro da Aldeia, Cordeiro, São Fidélis, Mendes e Bom Jardim”, enumera. Ele também cita o repasse de 105 milhões de reais para formalização de editais e pagamento de renda emergencial. “Foram mais de 2 mil projetos, garantindo o socorro para milhares de artistas”, contabiliza. “Tenho uma história na música, conheço a batalha de quem vive da cultura”, finaliza ele, que é cantor católico.
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O candidato do PCO, Luiz Eugenio Honorato, não respondeu as perguntas enviadas sobre o tema.