Com as duas primeiras linhas, que percorrem a região central da cidade, a serem entregues à população a partir de abril, a prefeitura do Rio de Janeiro já projeta a expansão do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) para a zona sul carioca. O anúncio foi feito no domingo (28) pelo prefeito Eduardo Paes, depois de ter feito a primeira viagem de teste do VLT no trajeto entre a Rodoviária Novo Rio, na zona portuária, e a Cinelândia, no centro.
Na edição de amanhã (29) do Diário Oficial do Município, a prefeitura vai publicar a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), primeiro passo para a expansão. “É um chamamento para que empresas se habilitem a desenvolver projetos para o VLT na zona sul. O nosso prazo é ter toda a proposta pronta até outubro, para fazer a licitação até o fim deste ano”, anunciou o secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho.
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Ele adiantou que os pré-projetos apontam para uma expansão de 23 quilômetros no trecho que vai de Botafogo à Gávea, passando por Humaitá e Jardim Botânico. Segundo Pedro Paulo, a prefeitura trabalha com uma previsão de R$ 4 milhões para o desenvolvimento dos projetos iniciais da expansão do VLT.
“Esses custos serão abatidos futuramente na licitação que vier a ser feita pela prefeitura”, disse. O secretário prevê que, uma vez iniciada, a obra fique pronta em um prazo de dois anos.
O itinerário percorrido hoje pelo prefeito e sua comitiva faz parte da primeira etapa do sistema, que ligará a Rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont, com 18 estações. A linha entrará em operação em abril.
Com capacidade para 420 passageiros por composição, o sistema poderá transportar até 300 mil passageiros por dia na operação plena. Integrado ao Bilhete Único, o VLT será um modal integrador, com conexão para trens, metrô, barcas, ônibus BRT e convencionais, teleférico do Morro da Providência, rodoviária, aeroporto e terminal de cruzeiros marítimos.
Para Eduardo Paes, o VLT representa o resgate do que o Rio perdeu há cinco décadas, com o fim dos bondes. “Talvez o início da tragédia da mobilidade no Rio tenha começado quando se abandonaram os bondes. Espero que o VLT signifique um novo tempo na mobilidade”.
O prefeito pediu a atenção da população para a fase de testes do sistema, que começa a partir desta segunda-feira. “O VLT anda devagar, mas as pessoas devem estar muito atentas e respeitar a sinalização, principalmente nessa fase inicial, para que não haja acidentes”.
Segundo Paes, as duas linhas – a segunda, com as obras mais atrasadas, ligará a estação das Barcas à Central do Brasil – estarão funcionando antes dos Jogos Olímpicos. Como o VLT não terá cobradores e nem catracas, a validação do bilhete único será feita pelo próprio passageiro, em máquinas no interior de cada composição.
O prefeito ressaltou a necessidade da fiscalização para evitar que pessoas usem o novo meio de transporte sem pagar, mas disse que confia na população. “O carioca é honesto. A gente vai inaugurar aqui um novo tempo de civilidade na cidade do Rio de Janeiro”.
Segundo o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, a multa para o passageiro que for flagrado pelos fiscais da prefeitura viajando no VLT sem pagar será de R$ 170, de acordo com proposta que será encaminhada à Câmara Municipal.