Continua após publicidade

Rio teve mais abstenções do que votos no candidato eleito Eduardo Paes

Medo de contágio durante a pandemia, domingo de sol e liderança folgada do candidato do Democratas ajudam a explicar taxa recorde em toda a cidade

Por Cleo Guimarães
30 nov 2020, 11h37
Eduardo Paes: vencedor no pleito em que abstenções bateram recorde (Veja/Reprodução)
Continua após publicidade

Candidato vitorioso à eleição municipal, Eduardo Paes (DEM) teve 1.629.319 votos neste domingo (29). Somadas, as abstenções em toda a cidade chegaram a 1.720.154. Ou seja, o número de pessoas que se recusaram a sair de casa para votar neste segundo turno supera os que foram às urnas digitar o 25 para trazer Paes de volta ao poder – e, assim, tirar o bispo licenciado Marcelo Crivella do cargo.

+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui

Há alguns fatores que ajudam a explicar a taxa recorde de abstenções, que superou os já impressionantes 1.590.876 não-votos do primeiro turno. Uma deles é o medo de contaminação no momento em que as curvas de Covid-19 não param de subir no estado e não há leitos disponíveis na cidade. “Os eleitores dos diversos grupos de risco obviamente pensaram duas vezes antes de sair para votar”, diz a VEJA RIO Acacio Miranda da Silva Filho, advogado especializado em Direito Eleitoral.

Parque Lage lança curso on-line com bolsa mensal de R$ 600,00

A afirmação de Acacio tem respaldo em números: Copacabana, bairro com a maior concentração de idosos do Brasil (30% de sua população tem mais de 60 anos, segundo o último censo do IBGE), teve a maior taxa de abstenções registrada no município: 47,3% dos eleitores optaram por não ir votar na 5ª Zona Eleitoral, que abrange também o bairro do Leme.

Continua após a publicidade

Lady Di: Por que ainda somos fascinados pelos seus looks?

O favoritismo de Paes também desanimou cariocas a saírem de casa para exercerem o direito à participação no processo de escolha de seu dirigente municipal. “Tanto os eleitores dele quanto os de Crivella acharam que o resultado já estava consolidado e que seu voto não seria determinante, o que é um erro”, diz Acacio.

E teve também a praia. Neste domingo (29) de eleições, o sol brilhou forte no Rio e a orla ficou lotada. Apesar do recrudescimento da pandemia, cariocas optaram por aproveitar o dia à beira-mar e se aglomeraram (sem máscara) em várias faixas de areia da cidade. O atual prefeito Marcelo Crivella liberou oficialmente o banho de sol há menos de um mês – não que a proibição estivesse sendo respeitada, mas deixou de ser ilegal. E isso pode ter contribuído para a lotação das areias ao longo de todo o dia, a despeito das eleições.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.